A Lidl Stiftung & Co KG registou uma nova empresa de navegação para transporte de contentores com o objetivo de passar a realizar de forma direta uma parte importante das suas necessidades de transporte marítimo. De acordo com dados consultados da EUIPO – European Union Intellectual Property Office, o nome da nova empresa será Tailwind Shipping Lines.
O Grupo Schwarz, grupo económico privado que detém as insígnias retalhistas Lidl, conhecida marca de hard discount europeia, e a Kaufland. Mas o grupo não se limita ao retalho, através das empresas que integram a Schwarz Produktion produz uma gama alargada de produtos alimentares para as insígnias de retalho do grupo. Esta unidade do grupo que emprega cerca de 4.000 trabalhadores, produz desde água mineral, soft drinks, chocolate, frutas secas, produtos de pastelaria e gelados. O círculo de produção é encerrado com uma unidade de reciclagem de embalagens PET, na qual as garrafas são produzidas predominantemente a partir de 100% reciclado.
“O objectivo é conseguir gerir o crescente volume de diferentes centros de produção de forma mais flexível e numa perspetiva de longo prazo,” afirmou Wolf Tiedemann, heads up logistics operations da Lidl à publicação online Alemã VerkehrsRundschau.
A Lidl opera mais de 11.200 lojas, em 32 países, tendo recentemente entrado no mercado dos Estados Unidos da América.
Arranque com frota de 4 navios
Por essa razão segundo a TradeWinds, site noticioso para o transporte marítimo, a Tailwind Shipping Lines não perdeu tempo e já comprou o seu primeiro navio o Talassa, navio construído em 2005, da classe panamax com 5.527 TEUs. Ao mesmo tempo o grupo fretou três navios, com contratos de longo prazo: o Wiking construído em 2016, com 4,957 TEUs, o Jadrana construído em 2014, com 4,957 TEUs, e o Merkur Ocean construído em 2013, com 3,868 TEUs. A gestão dos navios vai ser feita pela empresa Blue Net Chartering, de Hamburgo.
“Podemos afirmar que a Lidl vai usar parcialmente a sua própria capacidade de transporte marítimo no futuro” afirmou a Lidl em comunicado. Afirmou ainda que este é mais “um componente para garantir a segurança da nossa supply chain e a disponibilidade de produtos nas nossas lojas”.
Com quatro navios a Lidl não terá inicialmente capacidade para operar uma linha semanal, pelo que vai continuar a utilizar porta-contentores de terceiros, em simultâneo. “Vamos continuar a apoiarmo-nos em grande parte na colaboração bem coordenada e valiosa dos nossos parceiros” afirmou a Lidl.
Analistas de mercado estimam que a Lidl terá pago um preço elevado pelo navio Talassa, uma vez que um navio irmão Allegoria (construído em 2006, com 5.527 TEUs), foi adquirido pela empresa registada em Taiwan Wan Hai Lines pelo valor de 109,5 milhões de dólares.
Resposta aos problemas de transporte
No período da pandemia, os problemas que muitas empresas retalhistas sentiram levaram a que optassem por fretar navios diretamente, como é o caso da IKEA, Walmart, Home Depot e mais recentemente a Costco.
Esta nova tendência estende-se também a empresas industriais, como a Loctek Erganomic que optou por ir mais longe, tendo em Janeiro deste ano encomendado um porta contentores de 1.800 TEUs aos estaleiros Huanghai Shipbuilding para garantir uma entrega rápida, prevista para o primeiro trimestre do próximo ano.
Os problemas de falta de transporte e elevados preços de que o mercado se tem queixado estão por trás de todas estas iniciativas. Resta saber se este tipo de resposta será suficiente para que a situação melhore.