De acordo com o relatório “Transparency to Transformation: A Chain Reaction” divulgado pelo CDP- Disclosure Insight Action, uma organização não governamental, as empresas vão enfrentar até 120 mil milhões de dólares em riscos ambientais nas suas supply chains.
Os riscos que podem causar aumento de custos derivam de consequências das alterações climáticas, tais como a desflorestação e impactos relacionados com a água. Os impactos físicos, podem incluir a severidade e frequência de fenómenos naturais como os ciclones e inundações, ou acções regulatórias como o aumento das taxas sobre as emissões de carbono, ou mesmo aumento de custos associados a inovações nos produtos motivadas por exigências dos consumidores.
Os sectores que segundo o relatório podem vir a incorrer em maiores aumentos são a indústria (64 mil milhões de dólares), alimentação bebidas e agricultura (17 mil milhões de dólares) e a produção de energia (11 mil milhões de dólares).
«Enfrentar os riscos ambientais através do envolvimento da supply chain é vital para as empresas se manterem competitivas e resilientes num mercado em mudança», afirmou Sonya Bhonsle, Global Head of Value Chains, da CDP. “À medida que a crise climática e ecológica se agrava e a economia muda, é essencial para as empresas e sociedade que a recuperação da crise do COVID-19 seja verde. Um procurement inteligente por parte das empresas é essencial para a transição.”
A emissão de gases de estufa da supply chain são 11.4 vezes mais altas que a média das emissões operacionais. Este número é o dobro das anteriores estimativas e é o resultado da recolha de melhores dados sobre as emissões.
No entanto este rácio varia muito de acordo com o sector: no retalho, a emissões da supply chain são 28 vezes mais altas do que as emissões operacionais.
Os fornecedores tomaram medidas para cortar as emissões em 619 milhões de toneladas métricas de CO2 no ano passado e pouparam 33.7 mil milhões de dólares nesse processo. Isto é o equivalente às emissões produzidas por 159 centrais eléctricas a carvão a funcionarem durante um ano.
No entanto deve ser referido que estas acções ainda não tiveram um efeito em cascata na supply chain, pois apenas 37% dos fornecedores estão a envolver os seus fornecedores para fazerem esforços para reduzirem as emissões.
«As alterações climáticas são uma ameaça constante à economia global e à humanidade em geral», afirmou Ruth Porat, Chief Financial Officer da Alphabet, durante a divulgação do estudo. «As empresas têm de fazer a sua parte para enfrentar o problema nas suas operações e na forma como trabalham com as suas supply chains. Esse é o foco de que necessitamos para criar um futuro melhor.»