Gartner: Investimento na resiliência da Supply Chain vai aumentar nos próximos dois anos

Num estudo recente realizado junto de mais de 1.300 profissionais da supply chain, a Gartner apurou que 87% destes tencionam investir na resiliência das suas supply chains nos próximos dois anos.
Segundo afirmações de Geraint John, vice- president analyst da Gartner Supply Chain practice «a esmagadora maioria de gestores de supply chain reconhecem a necessidade de tornar as suas supply chains mais resilientes e ágeis. Ao mesmo tempo, 60% admitem que as suas supply chains não foram desenhadas para ser resilientes, mas para serem eficientes em termos de custos. O desafio vai ser criar um modelo operacional que permita criar supply chains que combinem o melhor destes dois mundos, oferecendo ao mesmo tempo um serviço ao cliente de excelência», acrescentou.
O estudo revelou ainda que encontrar o financiamento é um desafio. «Na prática, o investimento concreto será provavelmente realizado numa serie de actividades que vão de incrementos em projectos no caso de empresas pequenas até investimento de capital transformador no caso de empresas líderes a nível mundial,» afirmou Geraint John. «Vemos que muitas empresas estão a investir na diversificação da sua base de fornecedores e a redesenharem produtos como forma de mitigar os riscos. Estabelecer uma relação de colaboração entre os clientes chave e os fornecedores é uma prioridade para quase todos os inquiridos.»

 

Sourcing Doméstico
Outra questão a considerar são os interesses nacionais versus globais à medida que os países tentam controlar melhor a suas supply chains domésticas. Cerca de 30% de inquiridos afirmaram estar a mudar de um modelo de supply chain global para uma mais regional.
A automação, na opinião de 56% dos inquiridos vai tornar a produção onshore economicamente viável.
No entanto, os custos são um factor inibidor, uma vez que 45% dos inquiridos pensam que os seus clientes dão prioridade ao preço em relação ao sourcing e produção local, principalmente em indústrias em que a concorrência assenta no factor preço, tais como o retalho e a moda.
Mudar para um modelo onshore é difícil por várias razões. Os custos regulatórios de mover uma supply chain já estabelecida para um local diferente e a concentração de fornecedores chave em certas regiões geográficas tornam difícil regionalizar totalmente uma supply chain, afirma a Gartner. Outras preocupações incluem tanto os custos elevados do trabalho nas economias de países ocidentais evoluídos, acrescido de uma falta de trabalhadores especializados.

 

O custo é o factor determinante
A Gartner conclui que os diferenciais nos custos e o factor custo / eficiência serão considerações fortes a ter em conta pelas supply chains quando estas avaliarem a sua rede de operações. Quase todos os inquiridos tencionam utilizar metodologias lean, sistemas just-in-time e o sourcing em países de baixo custo como formas relevantes de manter os custos baixos no futuro.
«Encontrar o equilíbrio entre investimento na resiliência e agilidade e a optimização de custos, dependem das circunstâncias de cada empresa, incluindo a sua capacidade financeira, posição no mercado, apetite para o risco e factores externos como exigências regulatórias e constrangimentos da supply chain. Se os CSCO (chief supply chain officers) escolherem os investimentos com cuidado, podem ver resultados positivos na próxima disrupção,» concluiu Geraint John.

Algumas conclusões a que o estudo chegou:

Nos próximos dois anos vai investir na agilidade da supply chain?
Sim 89%      Não 2%      Nem sim nem não 9%
Nos próximos dois anos vai investir na resiliência da supply chain?
Sim 87%      Não 2%      Nem sim nem não 11%
A automação vai permitir tornar o onshore económicamente viável?
Sim 56%      Não 10%      Nem sim nem não 34%
O interesse nacional e as pressões para a produção local vai influênciar a decisões futuras?
Sim 52%      Não 15%      Nem sim nem não 33%
Os nosos clientes preocupam-se mais com o preço do que com o local de produção?
Sim 45%      Não 22%      Nem sim nem não 33%
Estamos a mudar de um modelo de supply chain global para regional
Sim 30%      Não 36%      Nem sim nem não 44%

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