As relações comerciais entre Portugal e Reino Unido contam com séculos de história. Fundada pelo comerciante inglês Thomas Garland, em abril de 1776, a Garland constituiu-se portuguesa ainda que nunca tenha perdido a ligação com o país de origem do seu fundador e sucessores. Aquando da chamada velha aliança entre os dois países, esta foi «comercialmente muito mais vantajosa para Inglaterra, mas hoje a balança comercial de bens é mais favorável a Portugal, que apresentou um saldo de 1.526,5 milhões de euros em 2019», diz a Garland. «Para tal, muito tem contribuído a Câmara de Comércio Luso-Britânica (BPCC – British-Portuguese Chamber of Commerce), de que a Garland é uma das poucas empresas fundadoras que ainda resistem, criada também em abril, há 110 anos».
Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), entre as mercadorias vendidas aos britânicos, encontram-se veículos e outro material de transporte (21,5%), máquinas e aparelhos (17,5%), metais comuns (7,6%), vestuário (6,9%) e produtos alimentares (6,5%). Por outro lado, as importações provenientes do Reino Unido são de máquinas e aparelhos (23,4%), produtos químicos (21,1%), veículos e outro material de transporte (9,8%), metais comuns (8,9%) e combustíveis minerais (8,2%).
Para aprofundar a relação comercial entre os dois países, existe a BPCC que, com cerca de 400 membros – empresas dos dois países que operam ou querem operar no ou a partir do Reino Unido ou de Portugal –, fomenta o networking e os negócios entre os mesmos.
Apesar de ser uma empresa portuguesa, a Garland manteve uma «relação institucional e comercial intensa» com o Reino Unido, país de origem das famílias Garland, que geriu a empresa entre 1776 e 1850, e Dawson, actualmente com as quarta e quinta gerações na liderança.
Ao longo da sua história, a Garland foi ainda a representante portuguesa de várias empresas e marcas inglesas de áreas como seguros, segurança, bebidas, entre outras. Em todos os contratos, a empresa contou com o apoio da BPCC.
Actualmente, a Garland disponibiliza serviços regulares entre os seus centros logísticos de Cascais e Maia de e para as cidades de Maldon (Londres), Hinckley (Centro-Sul do país), Cannock (Birmingham), Bradford e Manchester (Norte) para transporte das exportações e importações nacionais.
Mais de três meses após o Brexit, a Garland viu o movimento de mercadorias entre Portugal e Reino Unido estabilizar, «mantendo-se ainda alguns problemas com o transporte de mercadorias em que é requerida mais documentação, como é o caso de bens alimentares, bebidas alcoólicas e componentes automóveis». Para responder ao novo cenário do comércio internacional com o Reino Unido e apoiar os seus clientes, a Garland criou um Departamento de Documentação e Despachos. Em solo britânico, a empresa dispõe de um “broker” especializado em sistemas electrónicos compatíveis com a alfândega do Reino Unido e que está encarregue de despachar envios para Portugal. Todos os armazéns dispõem de áreas aprovadas pelas entidades alfandegárias portuguesa e britânica, sem as quais seria difícil consolidar as cargas que se destinam a importação ou exportação.
«Para a Garland é um orgulho fazer parte desta aliança com a BPCC, 355 anos de história das duas entidades que têm contribuído para reforçar os laços comerciais entre Portugal e Reino Unido. A BPCC e a Garland conseguiram adaptar-se ao longo dos séculos às diferentes necessidades do mercado e às conjunturas, criando uma base de estabilidade e experiência que é garante da qualidade e da competitividade dos serviços que oferecem”, refere Peter Dawson, presidente do Grupo Garland.