Os CTT Express conseguiram iniciar uma trajetória de crescimento tanto em 2020 como em 2021, e manter este ritmo em 2022 apesar do abrandamento da economia e do mercado. O investimento em tecnologia e inovação foi fundamental para responder às novas necessidades e ao aumento da atividade, provocados pelo e-commerce, explica João Sousa, administrador dos CTT. Em entrevista à Logística Moderna, o responsável aborda o percurso em Espanha, a adaptação das operações às novas formas de consumo, a aposta na sustentabilidade e a automação e robotização na intralogística.
Logística Moderna – Pode fazer o enquadramento da vossa entrada em Espanha, o que correu bem e quais as principais dificuldades? Quais são os resultados?
João Sousa – Os CTT estavam em Espanha, através da Tourline, há já vários anos. A empresa definiu, entretanto, uma nova estratégia, reforçando a aposta na construção de uma rede verdadeiramente ibérica. Assim, o Grupo CTT deu um novo nome à marca Tourline e lançou no mercado a CTT Express, com uma nova identidade, mais próxima dos clientes, com um novo modelo de negócio e operação.
Em fevereiro de 2020, a CTT Express apresenta-se como uma empresa de encomendas urgentes que prossegue a liderança ibérica no setor, contando com três pilares estratégicos: o desenvolvimento de nossa própria rede de entregas eficiente e de qualidade; o compromisso com a confiança dos emissores de comércio eletrônico (B2C); o novo modelo comercial de suporte à rede de franchisados.
Logo após este lançamento, o mundo mergulhou na pandemia de COVID, o que provocou alguns desafios, rapidamente transformados em oportunidades, dado que o exponencial crescimento do e-commerce ajudou a acelerar os nossos projetos e a posicionar-nos como um operador de encomendas expresso de referência, oferecendo altos níveis de qualidade de serviço.
Os CTT Express conseguiram iniciar uma trajetória de crescimento tanto em 2020 como em 2021, tanto em termos de atividade como de proveitos, e manter este ritmo em 2022 apesar do abrandamento da economia e do mercado. O investimento em tecnologia e inovação tem sido fundamental para atingir o objetivo e responder às novas necessidades e ao aumento da atividade, provocados pelo e-Commerce.
Espanha com 52 centros logísticos próprios
Quantos centros logísticos/distribuição é que têm em Espanha? Como é que foi feita a sua integração com Portugal?
Em Espanha temos 52 centros logísticos próprios, em cada uma das províncias espanholas. A abertura mais recente foi o centro de distribuição de Guarromán, em Jaén, durante este verão. Em breve serão inauguradas as instalações em Málaga e San Fernando de Henares. A integração com Portugal é natural, uma vez que temos um modelo único de distribuição, com uma rede totalmente integrada.
No início de 2022 foram investidos 4 milhões de euros em mais 200 máquinas para Portugal e Espanha, visando a melhoria do processo de distribuição que é suportado em novas instalações, alto nível de automatização e uma rede uniformemente equipada, em benefício dos seus clientes do setor do comércio eletrónico. Em Espanha está em curso um plano de investimento de 12 milhões de euros a dois anos e tencionamos expandir a nossa rede de cacifos automáticos, a Locky, para Espanha.
Estas inaugurações devem-se ao facto de estarem a expandir a vossa atividade geograficamente a outras zonas de Espanha ou ao aumento do negócio em zonas onde já estavam implantados?
Ambos. Temos instalações em novas localizações onde consideramos expandir ainda mais a nossa atividade e negócio. Por outro lado, temos instalações em províncias onde já estávamos presentes, mas que necessitavam de centros de distribuição e mecanizações de maior dimensão para responder ao crescimento da atividade na área.
Quais as dimensões destes centros de distribuição?
São grandes centros, com um espaço amplo que nos permite instalar as nossas máquinas automatizadas. Além disso, contam com cais de carga e descarga para facilitar a chegada de veículos e espaço para os diferentes escritórios para trabalhos administrativos. Além disso, procuramos instalações com uma localização geográfica ideal, que tenham acesso às diferentes rotas de saída das cidades e facilitem tanto a entrada como a saída em diferentes momentos do dia. E, sem esquecer, o meio ambiente, uma vez que a sustentabilidade é um pilar fundamental da estratégia do grupo CTT. Já estamos à procura de instalações que tenham painéis solares ou que possam ser colocados, bem como que tenham claraboias para aproveitar todas as horas de luz do dia e reduzir o consumo de eletricidade.
Há centros logísticos/distribuição em Portugal e/ou Espanha que são transnacionais na vossa operação? Se sim, quais?
Todos os centros de Espanha e Portugal comunicam operacionalmente entre si (direta ou indiretamente), uma vez que temos uma rede ibérica totalmente integrada, que se apoia em diferentes centros para garantir entregas a nível ibérico em 24 horas.
Qual o número de colaboradores em Espanha? Pode fazer uma caracterização desses RH?
Contamos com uma equipa composta por mais de 1.000 profissionais e diversos perfis. Ao longo destes últimos dois anos, a nossa estratégia de recrutamento e talento baseou-se na procura de perfis comerciais, mas também em todos os perfis relacionados com tecnologia, inovação e digitalização.
Com que prazos ao nível de entregas trabalham em Espanha?
A CTT Express entrega em 24horas em toda a Península Ibérica.
CTT Express em franco crescimento
A Espanha é um mercado muito maior que o de Portugal, isso nota-se quando se comparam as operações nos dois países?
Em termos de volume de atividade, é verdade que a Espanha gera mais volume. No entanto, o comércio eletrónico está a passar por tempos de mudança. Há alguns anos, cresceu exponencialmente em Portugal, o que ajudou muito setores como o de entrega de encomendas a crescerem ao mesmo ritmo. Em Espanha o comércio eletrónico tem crescido em dois dígitos, valor consolidado durante a pandemia. Atualmente, graças ao facto de termos uma rede única, podemos prestar um serviço de qualidade a todos os clientes que necessitem de entregas tanto em Espanha como em Portugal e que nos vejam como um mercado único.
Como está a evoluir a atividade em Espanha, considerando que vivemos tempos desafiantes (a pandemia Covid-19, o aumento do preço dos combustíveis e da energia, inflação)?
Após os primeiros meses do ano de incerteza e até de abrandamento, a CTT Express continuam com a sua tendência de crescimento da atividade.
Quais são os objetivos para a operação Espanhola e para o serviço dos CTT Express?
Os CTT são uma empresa cotada, pelo que não divulgam essas metas. Todas as informações relacionadas com guidance podem ser encontradas nos documentos da empresa publicados na CMVM.
O que podemos dizer é que para a CTT Express um dos principais objetivos é alcançar a liderança do setor no mercado ibérico.
Qual o número de veículos utilizados pela vossa operação em Espanha? São todos próprios ou também fazem outsourcing? Utilizam veículos mais amigos do ambiente?
Na CTT Express temos mais de 2.500 motoristas de veículos de reboque e entrega. Na nossa estratégia ambiental, é de especial importância a incorporação gradual de meios alternativos de distribuição, desde pessoal a pé, motos elétricas, bicicletas elétricas e carrinhas ECO. Mas, além disso, um fato muito importante é que nossa estratégia ambiental não inclui apenas a implementação de veículos ECO, mas é complementada pelo investimento em tecnologia e inovação. Temos um sistema pioneiro em otimização de rotas que auxilia nossos entregadores a definir a rota mais adequada, que leva menos tempo e evita quilómetros extra ou paragens desnecessárias. Assim, conseguimos realizar o nosso serviço essencial nas cidades e reduzir o nosso impacto no meio ambiente.
Adaptar as operações ao crescimento do e-commerce
A nível global verificou-se um crescimento exponencial do e-commerce. Qual o aumento verificado em Espanha? E nos CTT em geral?
O comércio eletrónico estava em forte crescimento em Portugal e foi bastante impulsionado pela pandemia de covid-19. Atualmente continua a evoluir e é uma forte aposta dos CTT e uma das alavancas de crescimento da Empresa. Os CTT, sendo uma empresa cotada, não comunicam tráfego relativo ao e-commerce. Contudo, importa referir que, impactado pelo crescimento do comércio eletrónico, a evolução da área de Expresso e Encomendas do grupo foi de 37,8 milhões de objetos em 2019, 53,3 milhões em 2020 e 73,8 em 2021 (Portugal e Espanha).
Que adaptações tiveram de fazer nas operações, considerando este crescimento do e-commerce?
Como referido acima, o comércio eletrónico é uma das alavancas de crescimento dos CTT, não apenas enquanto fornecedor de excelência de distribuição e logística, mas também enquanto player ativo no setor e como líder do desenvolvimento e crescimento do e-commerce em Portugal. Por isso mesmo, os CTT têm avançado com vários investimentos para desenvolver e aumentar a capacidade da área de expresso e encomendas, fruto desse crescimento exponencial do e-commerce.
A título de exemplo, em 2021 os CTT investiram três milhões de euros em três novos centros de produção, para o tratamento do tráfego proveniente do comércio eletrónico. Já no início de 2022 foram investidos 4 milhões de euros em mais 200 máquinas para Portugal e Espanha, visando a melhoria do processo de distribuição que é suportado em novas instalações, alto nível de automatização e uma rede uniformemente equipada, em benefício dos seus clientes do setor do comércio eletrónico.
É incontornável que as empresas têm de se adaptar a esta nova tendência de consumo e, nos CTT, temos apostado em soluções digitais, de proximidade e conveniência, que vão ao encontro das necessidades dos clientes e do comportamento do consumidor, que é cada vez mais informado, exigente e autónomo.
Prova disso é a rede de cacifos Locky do grupo CTT, que compreende mais de 350 lockers, já a caminho dos 500, enquadrando-se na estratégia dos CTT providenciarem o máximo de conveniência na entrega no last mile aos compradores online. Os CTT foram pioneiros no lançamento deste serviço, detendo atualmente a maior rede de cacifos inteligentes em Portugal, alicerçada em parcerias com atores da indústria nacional, nas áreas da metalomecânica, eletrónica e software. Muito recentemente, em maio, críamos um veículo empresarial específico para a sua expansão, com a participação de um parceiro de negócio e de capital e sob a marca comercial Locky.
Transformação ao nível da intralogística
Ao nível da Intralogística. que investimentos é que têm sido feitos no que diz respeito à automação e robotização?
Os CTT estão a trabalhar em diversas soluções no que diz respeito à Intralogística, uma área que estamos atualmente a desenvolver. A título de exemplo, estamos a trabalhar numa solução no âmbito das operações logísticas em funcionamento no Centro de Produção e Logística de Lisboa com 2 AGVs (com a startup RobotSavvy) associados a um braço robotizado KUKA. O objetivo visa o aumento de eficiência operacional, a possibilidade de tornar mais clean a área operacional, o incremento no controlo de atividade e ainda uma maior informação operacional (número de box alimentadas, janelas de produção, etc.).
Foi implementado pelos CTT um programa de transformação, cobrindo múltiplas áreas do serviço postal, da automatização à logística, programa esse que foi fundamental para a criação de um sistema híbrido entre o mundo físico (o transporte e entrega de correio e encomendas) e o digital (a partilha de informação e aceleração de processos). Temos máquinas automáticas de separação de pequenos pacotes, serviços automatizados, um novo modelo interno de logística e transporte, sistemas de gestão de armazém e de tracking, entre outros desenvolvimentos.
Este programa de transformação aproveitou os novos sistemas de informação eletrónica relacionada com as encomendas, respondendo à ambição dos CTT em aumentar valor para os seus clientes, podendo assim ver o estado da encomenda em qualquer momento, até mesmo antes de esta chegar a Portugal.
Assim, está em curso uma verdadeira transformação digital que, até agora, estava unicamente baseada na parte física do processo e agora passa para o digital.
Potencial do 5G é “imensa”
Como olham para o 5G em termos da transição digital?
A conectividade desempenhará um papel absolutamente crucial no âmbito do atual estádio de desenvolvimento social e empresarial, permitindo através do 5G que este potencial seja efetivamente capturado. No nosso setor, em transição dos correios para a logística enquanto cadeia de valor alargada, o potencial destas tecnologias é imenso. O crescimento exponencial do e-commerce gerou a necessidade de transformar a cadeia logística à data, adotando modelos de distribuição curtos em detrimento de modelos de médio/longo alcance centralizados fora dos círculos urbanos.
O 5G em particular, através das suas características de baixa latência, alta velocidade e disponibilidade permitirá, por exemplo, a sensorização em escala de objetos e de elementos da cadeira operativa logística, que nos permitirão não só garantir processos cada vez mais eficientes, nomeadamente na capacidade de prever com exatidão fluxos de tráfego nas nossas redes e ajustar a operação, mas também no fornecimento de uma experiência de cliente final muito mais granular, mais próxima e mais imediata, seja este cliente expedidor ou o destinatário final.
Os e-sellers e marketplaces estão a descentralizar os seus pontos de distribuição para dentro dos círculos urbanos, ficando assim mais próximos do cliente final, assumindo um perfil de last-mile delivery mais alinhado com a experiência do cliente nas lojas físicas. Esta descentralização e proximidade acresce complexidade à gestão logística, quer ao nível do “real time stock control”, quer ao nível do “last mile delivery”, colocando o ecossistema de IoT em contexto de 5G como um eixo catalisador de novas soluções de automação e entrega com exigências de baixa latência.
Importa referir também o reforço da automação logística nos vários pontos de distribuição, com gestão centralizada e o reforço do track & trace no last mile, com possibilidade de alterações de rota em real time pelo cliente final.
Estamos também a trabalhar na otimização com gestão dinâmica de rotas, veículos e custos de energia/combustíveis, com possível impacto no pricing da entrega/recolha junto do cliente final.
As redes 5G também ajudarão a responder às necessidades de um cliente mais exigente, que quer rapidez de informação, domínio e conhecimento em tempo real do processo de entrega e a possibilidade de saber em cada momento onde está o seu objeto.
«Aliamos a inovação a práticas cada vez mais sustentáveis»
A Sustentabilidade é um tema central hoje em dia. Qual a importância da sustentabilidade ambiental nas vossas operações e que medidas estão a implementar para serem mais sustentáveis?
A Sustentabilidade é um tema central da estratégia de desenvolvimento dos CTT – Faster, Better, Greener – e estamos totalmente empenhados em continuar a traçar um caminho cada vez mais respeitoso com a Natureza.
Os nossos princípios e as políticas funcionam como referências para toda a atividade da empresa. Contamos com valores muito sólidos, que fazem parte da nossa atuação e estratégia diárias. Por isso, continuamos a manter um desempenho de liderança no combate às alterações climáticas e somos um operador postal reconhecido pela qualidade, eficiência e criação de valor. A estratégia de Sustentabilidade dos CTT está alinhada com a ambição de limitar o aquecimento global a 2ºC até 2030 e temos vindo a ser distinguidos em programas carbónicos mundiais e setoriais (nomeadamente no rating Carbon Disclosure Project e no programa de sustentabilidade setorial do IPC).
Nos CTT temos aliado a inovação a práticas cada vez mais sustentáveis. Estudos recentes mostram que, ao optarem pelo comércio online, os consumidores reduzem significativamente o tráfego nas grandes cidades, levando a uma consequente diminuição dos recursos associados às deslocações, como o uso de combustíveis fósseis, por exemplo, com impacto positivo para o meio ambiente e na saúde da população.
Há cada vez mais consumidores a optar pelas compras online e, nos CTT, temos acompanhado a evolução dessa tendência e, prova disso, é a forte aposta que temos feito na expansão da rede de Cacifos Locky, que já vai a caminho dos 500, de norte a sul do País. Podem ser encontrados nos locais mais convenientes, constituindo-se como uma solução bastante prática e que permite total autonomia ao consumidor. Os Locky, além das enormes vantagens para quem compra e para quem vende, assumem, claramente, uma importância em matéria de sustentabilidade ambiental. Como nem sempre é possível estar em casa na hora de entrega de uma encomenda, a opção dos cacifos evita deslocações em vão às moradas e a distribuição final acaba por diminuir a dispersão de veículos de entrega em ambiente urbano, uma vez que um só cacifo permite a entrega para vários destinatários. Assim, uma maior distribuição através deste método, reduzirá deslocações, o que permite gerar cada vez menos emissões de carbono associadas ao last mile.
Por outro lado, no que toca às entregas domiciliárias, os CTT operam uma das maiores frotas de automóveis em Portugal, indispensável na entrega diária de milhões de cartas e encomendas. Conscientes desse impacto no ambiente, temos apostado na transição para uma frota alternativa, zero emissões, e contamos já com mais de 400 veículos totalmente elétricos.
Além da aquisição de 82 motociclos para distribuição zero emissões e da aquisição de 160 Citroen AMI, o primeiro semestre ficou ainda marcado pela chegada de 73 Peugeot e-Expert, que foram distribuídos por vários Centros de Entrega e que estimamos virem a percorrer cerca de 1,8 milhões de quilómetros puramente elétricos, o que representa cerca de 386 toneladas de CO2 evitadas.
Nos CTT promovemos ainda a economia circular, e lançamos, recentemente, uma embalagem reutilizável destinada aos clientes de e-commerce, que pode ser usada até 50 envios. Esta nova de embalagem reutilizável permite reduzir o desperdício associado a soluções de embalamento de utilização única, diminuir a pegada carbónica associada à sua produção e promover uma economia mais circular através da reutilização. Um aspeto crucial para o sucesso desta solução passa pelo envolvimento da sociedade, para que devolva a embalagem num dos vários recetáculos de Correio Verde, ou marcos de correio espalhados pelo distrito de Lisboa, ou diretamente ao carteiro/distribuição no ato da devolução. Cada pessoa que devolva uma embalagem está a contribuir para este ciclo sustentável.
Além disso, lançámos um projeto-piloto de farripas de papel totalmente recicladas. Assim, estamos a testar, em algumas Lojas do País, na zona de Preparação de Envios, este novo conceito e estamos a utilizar essas farripas no enchimento e envio de objetos postais. Com origem na reutilização de papel, este produto é totalmente sustentável e promove a economia circular e nasceu dentro da iniciativa INOV+, criada para acolher ideias dos colaboradores dos CTT. Este projeto-piloto está a decorrer em cinco Lojas CTT desde fevereiro: Lamaçães, Palácio dos Correios, no Porto, Santarém, Sete Rios e Picoas. Os objetivos são ajudar e apoiar os Clientes no ato de preparação/envio de correio, apostar na inovação com foco na Sustentabilidade, promover a transformação do papel – reduzindo ao mínimo a sua produção enquanto resíduo – e reforçar os valores da marca de responsabilidade social e ambiental dos CTT. Ao permitir um sistema de reutilização, estas farripas constituem ainda um passo importante no apoio à transição para uma economia circular, com particular impacto num mercado em expansão como o do e-commerce.
Também nos associámos recentemente à To-Be-Green, uma spin-off da Universidade do Minho, num projeto que tem como objetivo dar uma segunda vida às máscaras descartáveis. Este é um acessório que ao longo dos últimos dois anos tem feito parte do quotidiano de todos. Depois de implementado em três Centros operacionais CTT, alargámos este projeto aos nossos colaboradores da sede em 2022, bem como a outros centros operacionais, sendo a recetividade sempre muito positiva. Essa iniciativa deu frutos logo no final do ano passado, tendo sido possível transformar essas máscaras usadas em pequenos enfeites de Natal. Nessa altura do ano, muitos portugueses decidiram dar um brilho mais sustentável às suas Árvores de Natal, decorando-as com o que já foram máscaras de proteção contra a covid-19. Agora, este projeto continua a dar frutos e as máscaras estão a ser transformadas em cabides, totalmente reciclados e outros produtos virão no futuro.
Estudo de otimização da rede ibérica
O NARPEL em Portugal teve impacto na definição da rede de operações, na logística e na produção e em Espanha? Há diferenças próprias por ser Espanha?
O estudo e definição da arquitetura da rede operacional (NARPEL) implicou a revisão das relações de dependência entre os nós operacionais, da localização dos centros operacionais e do seu modelo de funcionamento. No momento da sua realização, o âmbito do projeto não incluiu a revisão da rede operacional de Espanha (mantendo-se a estrutura dos fluxos ibéricos). No entanto, após a consolidação da nova configuração da rede em Portugal, foi desenvolvido estudo de otimização da rede ibérica em 2 vertentes: 1) otimização da rede transportes (novo modelo de ligações com maior prevalência na utilização de ligações de maior capacidade e de centros de logística mais próximos do last mile) e 2) otimização da rede de produção (definição da localização dos nós de sorting e respetiva capacidade de automatização para o curto e médio prazo).
Os CTT já participaram por mais de uma vez no Deliver e estiveram presentes na última edição em Amesterdão. Como correu a presença? Qual era o principal objetivo?
O balanço da participação é positivo. Com a presença no Deliver foi possível contactar com vários potenciais clientes e parceiros, assim como reforçar a imagem e a marca CTT a nível internacional.
Aproveitámos o momento para apresentar a nossa oferta CTT Ibérica, que consideramos ser diferenciadora, ao entregarmos encomendas em qualquer ponto da Península Ibérica em 24 horas. Este transmitiu que o setor está muito dinâmico e com muitas propostas de soluções inovadoras, apesar do contexto de crise decorrente da pandemia e agora principalmente da guerra na Ucrânia.
Importa lembrar que esta importante conferência já foi realizada em Portugal, com o apoio dos CTT.
Este artigo foi publicado na integra na edição número 186 da revista Logística Moderna