O primeiro Workmonitor 2021 da Randstad mostram que 77% dos trabalhadores que estão a trabalhar remotamente em Portugal querem regressar ao local de trabalho. Estes resultados contrastam com o que era sentido em 2020 em que havia uma preferência em trabalhar remotamente. Uma maior vontade em regressar ao local de trabalho, a confiança nas vacinas e um maior optimismo sobre novas oportunidades de trabalho no final do ano, são algumas das conclusões deste relatório.
A saudade da interacção com os colegas, a dificuldade em manter o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional e o facto de se sentirem sozinhos ou isolados são os principais factores indicados para esta mudança.
Em relação à produtividade não a consideram afectada nem positiva nem negativamente por estarem a trabalhar de casa. A opinião já varia na geração Z (18-24 anos) em que 30% considera que a produtividade foi afectada negativamente porque estão com mais stress e em sentido inverso os millenial (25-34 anos) em que 43% considera mesmo que a produtividade foi afectada de forma positiva por estarem a trabalhar remotamente.
O uso da máscara é a principal dificuldade apontada pelos portugueses que continuam no local de trabalho, seguida do medo de ficarem infectados e do aumento da carga de trabalho gerada pela ausência de colegas que estão doentes ou em quarentena.
Quanto à produtividade, os portugueses que estão nos seus postos de trabalho diferenciam-se dos resultados globais e mesmo da Europa ao considerar que foi afectada de forma negativa porque estão com o stress de poderem ficar contaminados (51% Portugal, 32% Europa, 33% Global).
Jovens são os que se sentem mais sozinhos
Os dados recolhidos pela Randstad mostram que, entre todos os trabalhadores remotos, mais de um terço dos jovens entre os 18 e os 24 anos sentiam-se sozinhos. Trata-se da maior percentagem entre todas as faixas etárias e em Portugal o valor (42%) está mesmo acima da média Europeia (38%) e Global (34%).
«É importante os empregadores estarem especialmente vigilantes quanto a este problema, porque os problemas de saúde mental podem afectar não só a produtividade da força de trabalho, mas também o bem-estar dos colaboradores mais jovens», diz o relatório. Esta questão ganhou uma urgência à medida que países como o Japão dedicaram mais recursos para combater a solidão e o isolamento. No início deste ano, o Japão nomeou um “Ministro da Solidão” para combater o aumento da taxa de suicídio no país.
Vacinas aumentam a confiança no local de trabalho
59% dos portugueses considera que terá mais oportunidades de emprego depois de ser vacinado. Um valor que desce na média europeia para os 49% e a nível global está nos 56%. Os países com menos confiança nesta relação entre a vacina e o trabalho são a França (34%), o Luxemburgo (34%) e a Suíça (35%) e em sentido contrário a Índia (86%), China (80%) e o Brasil (77%).
A confiança no local de trabalho é também reforçada quando os outros forem vacinados (55% Portugal, 48% Europa e 53% Global). A Suíça volta a estar entre os que menos demonstra esta preocupação juntamente com a Hungria e República Checa. Em sentido contrário voltamos a encontrar a Índia e o Brasil, mas desta vez com a Malásia.
Quanto a preferir continuar a trabalhar de casa até a vacina ser amplamente administrada, 59% dos portugueses estão de acordo, um valor semelhante ao Global (51%) mas que está acima da média Europeia (45%).
Quanto ao futuro, globalmente, 54% dos inquiridos está confiante de que mais oportunidades de emprego estarão disponíveis no final do ano. No entanto, a região do sul da Europa, onde Portugal está incluído, é a menos confiante entre as que foram analisadas, com apenas 43% dos inquiridos a mostrarem-se confiantes.
Quando inquiridos sobre o apoio por parte das entidades empregadoras, a grande maioria dos colaboradores disse que se sentiu apoiado e que poderia contar com a respectiva empresa para orientação e assistência.