Estima-se que a nível global os gastos com a logística vão atingir um valor anual de 10.6 biliões de dólares em 2020. Deste valor, 70% corresponde a custos de transporte, do qual 40% são custos imputados à distribuição na última milha, segundo a Material Handling & Logistics. No entanto, este número irá alterar-se consideravelmente devido à crise do Covid-19 e ao crescimento a que já estamos a assistir.
A «única maneira de sobreviver e crescer» nesta era de omnicanal, é compreender os impactos que estão a moldar a distribuição na última milha em 2020 e o que isso significa para a visibilidade na cadeia de abastecimento, na utilização de tecnologia e o impacto que vai ter no crescimento nos próximos anos.
Há vários factores que estão de alguma forma a moldar a última milha em 2020: a crise da pandemia do Covid-19; as guerras comerciais entre os EUA e outros blocos económicos, bem como conflitos comerciais extra EUA; a visibilidade limitada na última milha e o impacto da Amazon.
A Amazon é o «filho não conformista da distribuição» e também um paradigma de eficiência que aparentemente consegue ganhar todas as partidas. Mas na realidade parece que nos esquecemos que a Amazon sempre se focou na última milha, conseguindo oferecer aos seus clientes «um serviço mais rápido e mais económico». E a verdade é que a Amazon sempre conseguiu apresentar propostas de valor aos seus clientes, percebendo o que estes queriam e fundindo o custo do transporte no custo do serviço.
Em 2020, a última milha vai ser afectada por muitos factores. A pandemia do Covid-19 vai implicar uma limitação grande ou mesmo a inexistência de contactos entre quem distribui e os clientes. Esta falta de diálogo pode trazer ao de cima insuficiências na distribuição, o que por sua vez pode levar à perda de clientes.
Outro factor que se acredita que vai ganhar importância em 2020, são os centros de distribuição que têm de estar aproximados dos clientes. Apesar das lojas existentes poderem ser utilizadas também como centros de distribuição, isto não chega. A Amazon está a liderar o processo aproximando o centro de distribuição dos mercados, e não só nos EUA, mas também na Alemanha onde tem estado a abrir pequenos centros de distribuição por já ter percebido a sua importância.