A AMT (Autoridade da Mobilidade e dos Transportes) apresentou uma síntese dos principais indicadores do Ecossistema Ferroviário Português, relativos ao ano de 2018, que dá a conhecer que à semelhança dos anos anteriores, a rede ferroviária nacional não sofreu alterações. Os investimentos na infraestrutura registaram uma ligeira subida, relacionados fundamentalmente com a execução do Plano de Investimentos Ferrovia 2020, cabendo a maior fatia ao Corredor Norte-Sul, entre Nine e Valença.
Segundo dados do IRG-Rail, a rede nacional tem uma taxa de electrificação acima da média europeia (64%) e uma densidade abaixo da média, quer em termos de área, quer de população. No período entre 1990 e 2017, Portugal foi, a par com a França, o país que mais viu a sua rede diminuir em termos percentuais (-17%). A Taxa de Utilização da Infraestrutura (TUI) está também abaixo da média europeia, tanto no transporte de passageiros como no de mercadorias;
No transporte de mercadorias sobressai o aumento de 65% no transporte de contentores (NST 18) e uma redução de 39% no transporte de coque e produtos petrolíferos refinados. Entre 2016 e 2018, as toneladas transportadas em transporte ferroviário em Portugal mantiveram-se constantes, tendo existido, no entanto, um aumento das distâncias percorridas (+9,8% em TKm);
Segundo este relatório, a Medway aumentou para 86% a sua quota parte do transporte total de mercadorias por modo ferroviário, sendo o maior operador na generalidade dos grupos de mercadorias. A Takargo apresentou uma maior expressão no transporte de mercadorias da fileira da madeira e pasta de papel (NST 6) e dos produtos das indústrias extractivas (NST 10). Comparando com outros países europeus, Portugal é dos poucos que tem o mercado de transporte ferroviário de mercadorias 100% privado.
Em matéria de segurança, o ano de 2018 registou um decréscimo do número de acidentes significativos (-24% que no ano anterior).
De salientar ainda «o contributo do transporte ferroviário para a descarbonização da economia», tanto no transporte de passageiros como no de mercadorias. Nas mercadorias, o transporte rodoviário emite cerca de 15 vezes mais por TKm do que o transporte ferroviário.