Nos primeiros nove meses do ano, o investimento em imobiliário comercial somou €1.050 milhões em Portugal, valor que apresenta uma quebra na ordem dos 46% face ao mesmo período de 2022, apura a JLL no seu mais recente Market Pulse, relatório onde analisa trimestralmente o desempenho do mercado imobiliário português nas áreas de investimento e ocupação.
A quebra resulta, de acordo com a consultora, de uma postura mais cautelosa dos investidores e de um atraso na concretização de muitas operações, reflexo da crescente incerteza devido ao quadro macroeconómico e geopolítico, numa tendência que é global e que está a afetar também Portugal.
Apesar deste panorama, Joana Fonseca, Head of Strategic Consultancy & Research da JLL, explica que “a logística mantém um bom desempenho, que é pressionado apenas pelas limitações da oferta disponível”, razão pela qual as rendas voltaram a crescer em quase todas as zonas no 3º trimestre apesar de uma ligeira quebra nos níveis de absorção.”
Nos primeiros nove meses do ano, o take-up de imobiliário industrial e logístico somou 358.000 m2, mais 10% do que no período homólogo. sem prejuízo, o 3º trimestre apresenta uma ligeira quebra, refletindo as restrições de disponibilidade de oferta ajustada às necessidades da procura. Segundo este relatório a região de Lisboa agrega 47% da ocupação e a do Porto outros 23%. Este setor continua a ser fortemente condicionado pela falta de oferta, a qual continua a impactar os níveis de absorção.
As rendas prime mais elevadas observam-se na região de Lisboa, nomeadamente no eixo Carnaxide-Alfragide e no centro da cidade, em 6,25€/m2. No Porto, o eixo Norte lidera as rendas, em 4,75€/m2, sendo este último uma das zonas onde foi mais evidente o aumento dos valores de arrendamento ao longo do ano.