A blockchain foi inicialmente criada para apoiar as transacções de bitcoins – uma cripto-moeda que existe independentemente dos bancos centrais. No essencial a tecnologia blockchain oferece uma plataforma para criar e distribuir o livro-razão (ledger), ou os registos, de todas as transacções de bitcoins por milhares senão milhões de computadores ligados a redes a nível mundial.
Devido ao facto de tanto as transacções como os livro-razão estarem encriptados, a «tecnologia blockchain oferece maior segurança que os modelos bancários, e a transmissão instantânea via internet evita a demora de dois a três dias que os bancos tradicionais levam a passar o dinheiro de uma conta para a outra».
Muitas cadeias de abastecimento a nível mundial operam sem a necessidade de uma blockchain. No entanto, novas tecnologias como a blockchain, IA e a automação têm revolucionado o sector da supply chain e passaram a ser tema de conversa de gestores ligados ao sector da cadeia de abastecimento. O relatório da McKinsey determinou:
– Que a Walmart fez experiências com uma aplicação que faz a traçabilidade de carne de porco na China e de produtos alimentares nos EUA, de forma a autenticar as transacções e a veracidade e eficiência dos registos que são mantidos.
– A Maersk e a IBM, estão a trabalhar numa aplicação de blockchain para melhorar a eficiência de processos de transacções trans-fronteiriças e com múltiplos intervenientes.
– A BHP está a implementar uma blockchain que substitui as folhas de cálculo para controlar amostras interna e externa de vários fornecedores.
– A startup Provenance do Reino Unido, conseguiu recolher 800 000 dólares para adaptar a tecnologia blockchain ao controlo (traçabilidade) de alimentos, no passado já tinha criado um piloto para fazer a traçabilidade de atum nas cadeias de abastecimento do Sudeste asiático.
Num contributo para avaliar o valor da tecnologia de blockchain para o sector da supply chain, a McKinsey revelou três áreas onde esta pode acrescentar valor:
Substituir processos manuais lentos – Apesar das cadeias de abastecimento terem de tratar grandes quantidades de dados complexos, muitos processos são lentos e apoiam-se em papel.
Fortalecer a traçabilidade – O aumento de exigências legais e dos consumidores no sentido de haver mais informação sobre a proveniência dos alimentos já está a impor mudanças. Aumentar a traçabilidade acrescenta valor ao mitigar os altos custos para produtos de qualidade de danos reputacionais, de ter de realizar recolhas, ou da perda de receitas derivadas pela introdução na cadeia de produtos do mercado negro.
Reduzir os custos de IT das transacções na cadeia de abastecimento – Nesta fase os benefícios são mais teóricos que reais. A Bitcoin paga às pessoas para validarem cada bloco ou transacção, ao mesmo tempo que requer que as pessoas que querem criar um novo bloco incluam uma verba na sua proposta. Tais custos seriam proibitivos na supply chain porque a sua escala pode ser gigantesca.