Entre Janeiro e Março de 2020, os portos do continente movimentaram um total de 21,86 milhões de toneladas de carga, inferior em -3,7%, ou seja, -850,3 mil toneladas, ao registado no 1º trimestre de 2019. No entanto, e se isolarmos o mês de Março, verifica-se um crescimento de +3,7% face ao mesmo mês de 2019. O recuo global registado resulta fundamentalmente do confronto dos mercados de Carga Contentorizada (-910,4 mil toneladas) e Carvão (-1,06 milhões de toneladas), com influência negativa, e do Petróleo Bruto (+1,16 milhões de toneladas), com influência positiva, todos representados maioritariamente pelo porto de Sines.
Sines continua a liderar a estrutura de quotas com 49,7% do total (-1,8 pp face ao período homólogo de 2019), seguindo-se Leixões com 24,2%, Lisboa com 9,7%, Setúbal com 7,3%, Aveiro com 6,3%, Figueira da Foz com 2,3%, Viana do Castelo com 0,4% e Faro e Portimão, ambos, com 0,1%.
O tráfego de Contentores traduz uma quebra significativa de -10,8%, correspondente a -82 mil TEU, justificada, fundamentalmente, pelo comportamento do porto de Sines, cujo movimento registou -55,5 mil TEU, e por Lisboa, a registar -36,2 mil TEU. Apenas Leixões escapa a este comportamento global negativo, tendo registado um acréscimo de +8%, ao movimentar 184 096 TEU, o seu volume mais elevado de sempre.
De referir o comportamento das operações de transhipment no tráfego de Contentores, particularmente no porto de Sines que representa 67,2% do total movimentado neste porto (e 37,9% do total de TEU movimentados nos cinco portos) e forte influência no desempenho global. No primeiro trimestre de 2019 assistiu-se a uma quebra de -18,8% (que traduz um abrandamento na sua trajectória negativa), correspondente a -59,4 mil TEU. Esta situação significa que nas operações com o hinterland se observa um crescimento de +3,3% no volume de TEU movimentado, subindo para um total de 124 880 TEU, o valor mais elevado de sempre.
Acresce referir que o transhipment, integrado na cadeia global de shipping, não parece ainda reflectir o impacto negativo induzido pela pandemia covid-19, atendendo a que se verifica que o volume registado em Sines no mês de Março é o mais elevado dos últimos doze meses, enquanto Leixões, também em Março, regista um crescimento de +26,5% atingindo uma quota de 7,1% do movimento do porto. Neste mesmo mês o volume de transhipment registado em Lisboa apresenta uma expressão meramente residual, a que, contudo, não serão alheias as já referidas perturbações laborais.