Entre Janeiro e Setembro de 2019, os portos do Continente movimentaram um volume global de 65,5 milhões de toneladas, uma quebra de -7,2% face ao registado no período homólogo. Sines é um dos principais responsáveis pelo desempenho negativo verificado nos portos nacionais.
As razões apontadas são a greve dos trabalhadores portuários do Terminal XXI, que decorreu de Maio a Agosto, e a ocorrência de paragens programadas da central termoeléctrica e da refinaria, o que reduz em quase -6,4 milhões de toneladas o movimento verificado na Carga Contentorizada, Carvão e Petróleo Bruto (que representam um total de 82,4% do total de cargas ‘perdidas’).
Por outro lado, Sines regista comportamentos positivos ao nível dos Produtos Petrolíferos (+1,2 milhões de toneladas) e de Outros Granéis Líquidos (+255,9 mil toneladas), quando comparado com igual período de 2018. Estes dois em Sines, a par da Carga Contentorizada (+355 mil toneladas) e Ro-Ro (+152,9 mil toneladas) em Leixões são os mercados que mais positivamente influenciaram o desempenho do sistema portuário.
Viana do Castelo e Leixões – que regista este mês a sua melhor marca de sempre – são os únicos portos a registar desempenho positivo no período em análise crescendo, respectivamente, +19,1% e +1,9%, para volumes globais de 307,8 mil toneladas e de 14,8 milhões de toneladas.
Lisboa, Figueira da Foz e Setúbal registam quebras de cerca -3,6%, -8,7% e -2,2%, respectivamente.
O porto de Sines continua a liderar no movimento global portuário, embora com os recuos verificados nos últimos meses, com uma quota de 47,9% (-6,5 pontos percentuais face à sua quota máxima registada em 2016), seguido de Leixões (22,5%), Lisboa (13,1%), Setúbal (7,4%) e Aveiro (6,2%).
Entre Janeiro e Setembro deste ano, o movimento de contentores registou uma quebra global de -7,7% no volume de TEU, apresentando um movimento total de 2,08 milhões de TEU. Este desempenho é explicado pelo desempenho negativo de Sines e Setúbal (-17,2% e -3,2%, respectivamente) e positivo de Leixões, Lisboa e Figueira da Foz (+8,2%, +4,6% e +5,5%, respectivamente).
Importa recordar o peso que o tráfego de transhipment representa no volume de contentores movimentados em Sines, que, não obstante ter vindo a diminuir nos últimos meses, acumulando em Setembro uma redução de -27,9%, ainda representa 68,3% do total no porto. Por outro lado, o volume de TEU com origem e destino no hinterland do porto regista um crescimento de +21,6%.
Não obstante o seu recente comportamento negativo, Sines mantém a liderança neste segmento de mercado, com uma quota de 52,1%, inferior em -6 pontos percentuais à que registava no período homólogo de 2018, seguido por Leixões, com 25%, Lisboa com 17% e Setúbal com 5,1%.
No que respeita ao movimento de navios, comparativamente ao período Janeiro-Setembro de 2018, os nove primeiros meses de 2019 observaram um decréscimo de -0,5% no número de escalas (8025 escalas), bem como uma diminuição no volume de arqueação bruta de -0,9% (para cerca de 151,8 milhões). Os portos de Viana do Castelo e Lisboa foram os únicos portos que registaram um crescimento no número de escalas de, respectivamente, +10,8% e +5,7%.
O desempenho negativo global a que se assistiu no período Janeiro-Setembro de 2019 resulta da conjugação de quebras verificadas nos volumes de carga embarcada e desembarcada, -10,3% e -5,2%, respectivamente, face a igual período de 2018.
A Carga Contentorizada e a Carga Ro-Ro em Leixões, os Outros Granéis Líquidos em Sines e os Minérios em Setúbal contribuíram significativamente para o impacto positivo das operações de embarque, registando, respectivamente, +350,7 mil toneladas, +57,4 mil toneladas, +59,2 mil toneladas e +64 mil toneladas. Com impacto negativo nos embarques destaca-se a Carga Contentorizada e os Produtos Petrolíferos em Sines (-1,7 milhões de toneladas e -1,1 milhões de toneladas), os Outros Granéis Sólidos em Lisboa (-226,8 mil toneladas), a Carga Fraccionada em Setúbal (-157,9 mil toneladas) e os Produtos Petrolíferos em Leixões (-139,1 mil toneladas).
No que diz respeito às operações de desembarque, destacam-se as variações positivas dos Produtos Petrolíferos em Sines, com acréscimos de +2,3 milhões de toneladas, representando 71,2% do total das variações positivas. Com menor expressão, os Outros Granéis Líquidos em Sines registam também um acréscimo de +196,8 mil toneladas. A Carga Contentorizada (-1,9 milhões de toneladas), o Petróleo Bruto (-1,8 milhões de toneladas) e o Carvão (-953,1 mil toneladas) em Sines, bem como o Petróleo Bruto (-197,8 mil toneladas) em Leixões, contribuíram para as variações negativas registadas nestas operações.
Viana do Castelo, Figueira da Foz, Setúbal e Faro são os portos que apresentam um perfil de porto “exportador”, registando um volume de carga embarcada superior ao da carga desembarcada, com um quociente entre carga embarcada e o total movimentado, no período em análise, de 61,2%, 70,2%, 54,2% e 100%, respectivamente. No seu conjunto, estes quatro portos representam uma quota de carga embarcada de 15,2% (10,2% destes respeitam a Setúbal).