A Mercadona aumentou em 2020 as suas vendas consolidadas em superfície constante em 5,5 %, até aos 26.932 milhões de euros, dos quais 186 milhões correspondem às vendas das suas 20 lojas em Portugal. Estes resultados são, como refere o retalhista, «um claro indicador da determinação com que a Mercadona está a levar a cabo a brutal transformação em que se encontra imersa para impulsionar um modelo de empresa mais digital, produtivo e sustentável».
Para isso, e com o intuito de acelerar esta alteração decisiva, a Mercadona realizou um investimento de mais de 1.500 milhões de euros em 2020, um esforço de investimento suportado por recursos próprios, que se enquadra no seu plano estratégico 2018-2023.
Como resultado deste investimento, a Mercadona finalizou o ano com 1.641 supermercados, após abrir 70 supermercados, 10 deles em Portugal, e fechar 65 lojas que não se ajustavam ao seu novo modelo mais eficiente e sustentável. Manteve igualmente o processo de renovação da sua rede de supermercados e finalizou o ano com 1.000 supermercados adaptados ao Novo Modelo de Loja Eficiente (Loja 8), após remodelar 152 lojas. A empresa também continuou com a implantação da nova secção “Pronto a Comer”, o que lhe permitiu finalizar o exercício com 650 lojas com a nova secção, 20 delas em Portugal.
Mercadona em Portugal
Com a abertura de mais 10 lojas em 2020, atingindo as 20 lojas no país, a Mercadona alcançou um volume de vendas de 186 milhões de euros. Durante o mesmo período, criou 800 empregos – todos sem termo – finalizando o ano com uma equipa de 1.700 colaboradores e um investimento de 113 milhões de euros.
A previsão para 2021 é de abrir mais 9 lojas no país. Com a finalidade de dar continuidade ao seu projecto de expansão em Portugal, a empresa investirá 150 milhões de euros e recrutará 500 pessoas.
Para fazer frente à situação decorrente do Estado de Emergência iniciado a 18 de Março de 2020 em Portugal (e em Espanha a 14 de Março de 2020), a Mercadona adaptou em 36 horas os seus mais de 1.600 supermercados e restantes instalações logísticas, Colmeias (armazéns exclusivos para a venda online) e escritórios, com dois objectivos principais: proteger a saúde e a segurança dos “Chefes” (que é como internamente chama aos clientes) e dos 95.000 colaboradores, e garantir o fornecimento, após fazer parte de um sector, o da distribuição, que foi declarado serviço essencial.
A empresa implementou mais de 100 iniciativas, com um custo de 200 milhões de euros, para tornar efectivo este compromisso.
Mercadona premeia equipa
Como reconhecimento do envolvimento equipa durante este período de pandemia foi distribuído um prémio extraordinário de 43 milhões de euros.
Além disso, e com o objectivo de proporcionar maior liquidez aos fornecedores, foram ampliadas as linhas de confirming no valor de 2.100 milhões de euros com várias entidades bancárias. Desta forma, foram adiantados pagamentos a fornecedores e facilitou-se o acesso a financiamento, «contribuindo para garantir o abastecimento e a estabilidade de uma equipa conjunta de mais de 600.000 pessoas», explica a empresa.
Transformação digital e sustentabilidade
Para avançar com firmeza na sua transformação digital, durante 2020, a Mercadona continuou a trabalhar no desenvolvimento do seu serviço de compra online, que iniciou em 2018, com a abertura, no passado mês de abril de 2020, e em pleno confinamento, da sua nova Colmeia em Madrid. O novo centro de distribuição online implicou um investimento de 12 milhões de euros e junta-se às Colmeias que a empresa tem localizadas em Barcelona e Valência. Este contínuo trabalho de adaptação das mais de 1.400 pessoas que formam a Mercadona Online, para continuarem ligadas e se anteciparem às necessidades do “Chefe” online, levou a empresa a alcançar 176 milhões de rendimentos através deste canal.
Além disso, a empresa continuou a reforçar a sua produtividade e a segurança da informação, dotando o seu sistema informático das tecnologias «mais avançadas». Para isso, investiu 18 milhões de euros para finalizar a migração dos processos financeiros, como as vendas em loja, os pagamentos aos fornecedores e a gestão da tesouraria, para o sistema SAP S/4HANA e SAP Fiori, com o objectivo de os optimizar através de aplicações mais homogéneas e um grande volume de informação mais acessível a partir da nuvem. Do mesmo modo, finalizou e transferiu os programas informáticos para o Centro de Processamento de Dados em Villadangos del Páramo (Leão).
Apesar da crise da Covid-19, a empresa continuou a apostar nas energias renováveis e a investir por meio de uma estratégia sustentável. Ao longo do ano, instalou placas solares em mais de 8 lojas e desenvolveu a logística verde para continuar a diminuir as suas emissões, além de aderir à iniciativa Lean & Green, impulsionada pela AECOC, para alcançar em 2023 uma descida acumulada de 30 % de emissões. Também acelerou o compromisso de ir em direcção a uma Mercadona mais verde, activando em mais de 70 lojas a sua Estratégia 6.25: seis acções com o triplo objectivo de, até 2025, reduzir 25 % do plástico, tornar todas as embalagens recicláveis e reciclar todos os resíduos plásticos. Um projecto actualmente presente em mais de 600 lojas.
Investimento de 1.500 milhões de euros para 2021
A Mercadona vai continuar a impulsionar o seu plano de transformação 2018-2023, pelo que tem previsto investir 1.500 milhões de euros em 2021 (150 milhões de euros em Portugal), que destinará, principalmente, à abertura de 97 novos supermercados, 88 em Espanha e 9 em Portugal; à remodelação de 88 supermercados para os adequar ao Novo Modelo de Loja Eficiente (Loja 8); e à implantação da nova secção de Pronto a Comer em outros 200 supermercados. Além disso, continuará a optimizar a sua rede logística, com a remodelação e inauguração de novos blocos logísticos, e destinará recursos à transformação digital, outro dos desafios da empresa, assim como a reforçar o modelo online. Para tudo isso, a empresa criará mais de 1.600 postos de trabalho estável e de qualidade em 2021, entre Espanha e Portugal (500 em Portugal).