O Guia do Mercado Laboral 2020 desenvolvido pela Hays adianta que a Logística e Supply Chain (13%) está no grupo dos perfis mais procurados para 2020, antecedido pela área comercial (30%), Tecnologia de Informação (30%), Engenharia (22%), Marketing e Comunicação (14%).
Nos últimos anos, tem-se vindo a verificar uma clivagem entre o crescente interesse dos empregadores em contratar e o decréscimo gradual na percentagem de profissionais interessados em procurar novos projetos profissionais. No entanto, para o próximo ano espera-se uma inversão desta dinâmica, com 82% dos empregadores a pretenderem recrutar e 78% a quererem mudar de emprego.
A apetência para trabalhar em equipa (56%), as competências técnicas (55%), ética/valores (54%), proatividade (53%) e capacidade de trabalho (48%), são os aspectos que as empresas mais valorizam junto dos profissionais. Entre os menos valorizadao, encontram-se a experiência internacional, referida apenas por 4% dos empregadores, a rede de contactos (3%) e a diplomacia (2%).
A análise revela ainda que «77% indicam que Portugal entrará em 2020 com um contexto económico e social relativamente estável, mas apenas 36% acham que o país está mais preparado para lidar com instabilidade. Quando questionados relativamente à preparação em curso para a 4ª revolução industrial, a maioria dos empregadores parece acreditar mais na preparação da sua empresa, do que na preparação do país enquanto coletivo».
O que procuram os profissionais
Numa realidade onde as empresas cada vez mais se pronunciam sobre a criação de estratégias e políticas de retenção de talentos, para ir ao encontro das suas necessidades, colocou-se a questão aos profissionais de qual o grau de satisfação com alguns fatores e este ano, «verificou-se um aumento de insatisfação em todos os fatores destacados», sendo que os cinco principais são as perspetivas de progressão (74%), os prémios de desempenho (71%), a comunicação interna (62%), o pacote salarial (62%) e a formação (61%). Como ponto contrário os profissionais aparentam estar satisfeitos com a localização geográfica da empresa (79%), horários (76%), qualidade das instalações (75%), situação contratual (75%) e ambiente de trabalho (72%).
Quanto à disponibilidade para uma mudança de emprego por área, os setores com maior interesse são Retalho (87%), Engenharia (82%), Office Support (81%), Contabilidade e Finanças (80%) e Tecnologias de Informação e Turismo e Lazer (79%). Relativamente às principais motivações para uma eventual mudança de emprego, os principais fatores destacados são o pacote salarial (59%), a perspetiva de progressão de carreira (58%), procura de projetos mais interessantes (48%), insatisfação com a empresa (22%) e com a chefia direta (16%) e ainda, o stress constante e o receio de burnout (15%).
Outro desafio que se detetou no Guia foi a discrepância entre os fatores que as empresas achavam que os profissionais davam importância e o que é que os profissionais dão efetivamente. Como exemplo, as empresas apontam como ponto forte da sua empresa o bom ambiente de trabalho (68%), solidez financeira (52%) e prestígio do Mercado (40%). Os profissionais por outro lado valorizam a oferta salarial (86%) e o plano de carreira (64%), sendo que é o que as empresas consideram ser um dos fatores menos relevantes.
Também os benefícios têm ganho cada vez mais relevância ao longo dos anos. «Observámos iguais discrepâncias entre os benefícios que os profissionais mais valorizam, sendo eles o seguro de saúde (79%), a flexibilidade de horários (66%), formação/certificações (62%), possibilidade de trabalhar a partir de casa (58%) e automóvel para uso pessoal (42%). Por outro lado, os benefícios que os empregadores mais disponibilizam são o seguro de saúde (70%), cartão/tickets de refeição (69%), refeitório/espaço para refeições (64%), telemóvel para uso pessoal (60%) e formação e certificações (56%)», conclui a análise.