FIPA e GS1 Portugal reúnem especialistas para discutir a importância da IA no retalho

O mais recente evento promovido pela Federação das Indústrias Portuguesas Agro-Alimentares (FIPA), em colaboração com a GS1 Portugal, no âmbito do segundo dia do Lisbon Food Affair, contou com a presença de especialistas da Data Science Portuguese Association (DSPA), da Católica Lisbon School of Business & Economics, da Associação Portuguesa de Logística (APLOG) e da Associação Portuguesa de Operadores Logísticos (APOL), para debater o impacto da Inteligência Artificial na cadeia de abastecimento alimentar.

A Inteligência Artificial é uma tecnologia que tem sido cada vez mais utilizada em diversos setores, incluindo a agricultura, a logística e o atendimento ao cliente, e tem o potencial de melhorar a eficiência e a sustentabilidade na produção agrícola, bem como melhorar a segurança alimentar e reduzir o desperdício de alimentos.
De acordo com Fernando Matos, Presidente da DSPA, por construir modelos muito eficientes, com impacto na gestão de dados e na rastreabilidade, a Inteligência Artificial tem o potencial de “minimizar o gap entre data science e os líderes das empresas”, permitindo otimizar processos e melhorar a experiência do cliente, tornando as cadeias de valor mais eficientes, sustentáveis e rentáveis.

Logo após esta intervenção de enquadramento, os especialistas Maria Estarreja, Executive Marketing Director and Retail Innovation Lab Executive Director da Católica Lisbon School of Business & Economics; Raul Magalhães, Presidente da APLOG, e Vítor Figueiredo, Presidente do Conselho Diretivo da APOL, apresentaram diferentes perspetivas sobre como os centros de abastecimento alimentar inteligentes estão a revolucionar a logística enquanto área de suporte à gestão de dados e otimização de processos. Num painel de debate que contou com moderação de Luís Figueiredo, CIO – IT Director, Innovation and Strategy da GS1 Portugal, os especialistas refletiram sobre o impacto da IA na experiência com o cliente e sobre a nova onda de transformação digital no setor agroalimentar.

Perante tantos desafios que o setor enfrenta nas diferentes dimensões, nomeadamente legal, ética e de cibersegurança, Maria Estarreja destacou que “a Inteligência Artificial pode contribuir para a otimização da produção e ajudar a maximizar a recolha e a reciclagem de materiais, tendo um impacto fundamental na economia circular”. Tendo isto em conta, prevê que “o futuro do retalho será sustentável e tecnológico”, mas acredita que ainda há um longo caminho a percorrer”.

No mesmo âmbito, Raúl Magalhães, sublinha que “a Inteligência Artificial permite uma melhoria no atendimento ao cliente e na produtividade, com efeitos quase imediatos. Além de permitir a democratização no acesso à informação, se bem aplicada, pode ser um instrumento fundamental no suporte da tomada de decisão e permite aumentar a interconectividade e a transparência na cadeia de valor.” “Compete às empresas perceber quais as ferramentas de Inteligência Artificial que podem contribuir para aumentar a produtividade e, ainda, para adquirir vantagens competitivas.”, acrescenta.

Vítor Figueiredo reforçou a importância do reskilling, explicando que “o trabalho vai mudar e as tarefas rotineiras, nomeadamente de tratamento de dados, vão passar a ser assumidas pela Inteligência Artificial”. Nesse processo de mudança, considera que a ética e a cooperação são pilares que devem estar na base de qualquer estratégia de implementação de IA nas empresas.

Na logística, a gestão de dados e a otimização de processos também são áreas em que a Inteligência Artificial pode ser aplicada para melhorar a eficiência e a produtividade. Além disso, esta ferramenta oferece uma solução promissora para construir e promover cadeias de abastecimento mais eficientes, sustentáveis, resilientes e rentáveis.

Como destacou o Diretor-Executivo da GS1 Portugal, João de Castro Guimarães: “a IA e todo o conhecimento a desenvolver para que a gestão passe a conseguir otimizar estes novos recursos muito beneficiarão da adoção de standards, de uma linguagem universal que normalize a partilha de dados – essa á e atividade fulcral da GS1 Portugal”.

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