Segundo a AFIA – Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel, as exportações de componentes automóveis em Abril subiram para os 788 milhões de euros. Este aumento, de 340%, tem como base um «valor muito baixo de 179 milhões de euros», registado em Abril de 2020.
Até Abril de 2021, a soma das exportações de componentes automóveis, atingiram os 3374 milhões de euros, o que corresponde a «um pequeno acréscimo de +0,5%», comparando com 2019, explica a associação.
No que se refere aos países de destino das exportações, de Janeiro a Abril de 2021 e quando comparados com 2020, Espanha mantém-se na liderança com vendas no valor de 1000 milhões de euros (+34,9%). A seguir surge a Alemanha com 679 milhões de euros (+24,5%), a França com 424 milhões de euros (+27,5%) e o Reino Unido com 191 milhões de euros (-20,0%). Na totalidade, estes países representam 67% do total das exportações portuguesas de componentes automóveis.
Desde o início de 2021 até Abril, venderam-se menos 1,3 milhões de automóveis face ao mesmo período de 2019, o que se conclui que as vendas de automóveis na Europa, que é o principal destino dos componentes fabricados em Portugal diminuíram 25%.
«Deste modo, verifica-se uma vez mais a resiliência da indústria portuguesa de componentes para automóveis, visto que, num ambiente bastante adverso causado pela pandemia de Covid-19, aumentou a sua quota de mercado e atingiu os níveis de pré-pandemia», justifica a AFIA.
De salientar que a escassez de semicondutores e componentes electrónicos continua a afectar a actividade dos construtores de automóveis. «Algumas fábricas de construção automóvel na Europa adiaram ou pararam de forma temporária a sua produção pela ausência de chips, afectando também a indústria portuguesa de componentes para automóveis.»
Também se tem verificado uma falta de matérias-primas, tais como o aço, os polímeros, os componentes metálicos, a borracha, entre outras, bem como o atraso no fornecimento destas, o que provocou um aumento substancial dos seus preços, «condicionando gravemente a actividade da indústria de componentes automóveis».
A associação refere ainda que a questão do Brexit «não facilita a actual crise», já que desde 2017, as exportações para o Reino Unido estão em queda, tendo passado dos 372 milhões de euros (1º quadrimestre de 2017) para 169 milhões de euros na soma até Abril de 2021, o que representa uma descida de 55%.