A Adidas, apresentou o que considera serem “resultados excelentes” apesar de constrangimentos na supply chain, nomeadamente o congestionamento nos portos, o bloqueio do canal do Suez e o golpe militar em Myanmar.
A marca de sportswear declarou aos investidores que os resultados no primeiro trimestre subiram 27% em relação ao ano anterior, apesar dos confinamentos prolongados na Europa e desafios globais para as supply chains. Sem estes problemas a marca estima que o seu crescimento «teria sido na casa dos 35%».
Segundo o CFO, Harm Ohlmeyer, a «Adidas não reflectiu este aumento nas suas previsões devido aos desafios que se colocam às supply chains. «O custo dos fretes já subiu significativamente e prevemos que possam vir a aumentar mais devido à falta de contentores que se tem verificado».
Também o CEO da Adidas, Kasper Rorsted, disse que se têm verificado aumentos dramáticos nos custos dos fretes, quase cinco vezes, provocados por uma recuperação muito mais rápida do que o previsto no sector industrial. Afirmou que um contentor teria normalmente um custo de 2.000 dólares a 5.000 dólares e que neste momento estão a custar entre 8.000 dólares a 10.000 dólares, pois a procura é bastante mais elevada do que o previsto. É por essa razão que a Dinamarquesa Maersk teve os melhores resultados da sua história no primeiro trimestre.
Segundo Kasper Rorsted, a situação política em Myanmar também vai impactar a indústria do vestuário, embora tenha reconhecido que para a Adidas «o impacto é pequeno pois realizam pouco sourcing nesse país.»
Apesar de todos estes desafios, Kasper Rorsted afirmou que os consumidores «não devem ver aumentos dos preços», mas poderão ver menos descontos nos produtos como forma de enfrentar os problemas de procura na supply chain.