Agora que o Deliver 2019, realizado no Centro de Congressos do Estoril terminou que balanço faz do mesmo?
Estou contente com os resultados. Baseio-me no feed back que recebi dos parceiros, dos participantes, dos oradores. Havia muitos sorrisos, muitas pessoas ocupadas em reuniões, muitas pessoas a partilhar ideias, penso que a equipa pode estar feliz.
Este ano tiveram 1000 participantes, 83 patrocinadores, para o próximo ano já têm uma data?
Sim, 10 e 11 de Junho, em Amesterdão, na Holanda.
Qual o tempo que é necessário para montar uma conferência como o Deliver?
365 dias. Começamos hoje mesmo a trabalhar na próxima edição, não paramos. O projecto está sempre a evoluir. O surgir de uma ideia pode obrigar a ajustar algo que já temos planeado. Temos que ter muita atenção aos detalhes.
Das conferências realizadas, acha que há alguma que o tenha surpreendido?
Fiquei muito surpreendido com os oradores vindos da China, como a Alibaba. Porque mostraram algo que não vemos na Europa. Fiquei impressionado por ver que a China vive no futuro, com o facto de estes estarem tão avançados na área das tecnologias. Não só o País, mas a própria sociedade chinesa. Não posso explicar o porque desta realidade, mas talvez seja por terem estado atrasados em relação ao mundo ocidental (Europa e EUA) e tenham sentido a necessidade de inovar, têm uma vontade visível de liderar nestes sectores. Não aceitam limites, são criativos e inovadores e vão tão longe quanto a tecnologia o permite.
Acha que a Europa perdeu um pouco a corrida com os EUA e a China?
Neste momento parece que nos atrasámos. Mas para mim a corrida não acabou, nem vai acabar, é algo de contínuo. Podemos estar um pouco para trás, mas podemos recuperar. O que a tecnologia tem de bom, é que cada vaga, obriga a baralhar as cartas de novo. Assim mesmo que se tenha falhado todas as anteriores vagas, ainda temos sempre a próxima em que podemos investir, embora vá depender de até onde a maré nos possa levar.
Mas neste momento por exemplo na área do comércio electrónico os EUA têm a Amazon, a China tem a Alibaba, mas a Europa não tem nenhuma empresa desse tamanho ou importância?
Verdade. O mercado Europeu é mais fragmentado. Mas a verdade é que o EUA e a China também só têm estas empresas, estas são excepções, mesmo nesses mercados. Deveríamos inspirarmo-nos nestes exemplos. Mas também ter em consideração que a ligação a empresas locais, com produtos locais (alimentos produzidos localmente, serviços locais) têm de ser considerados. Penso que no futuro as ligações de proximidade vão ser importantes e que mesmo o comércio electrónico vai reconhecer isto.
Fale-nos um pouco dos prémios?
Entregamos prémios em cinco categorias, “Game Changer Award”, “Sustainability Award”, Customer Experience Award”, “Cool Vender Award” e “Rising Star Award”.
Todos os nossos patrocinadores são elegíveis para os prémios. A votação é feita exclusivamente pelos participantes (retalhistas) que são os únicos que podem votar. Estão excluídos obviamente as pessoas que integram as equipas dos patrocinadores, e a imprensa que está presente. Temos uma categoria especial que é um prémio que é entregue a uma startup (empresas com menos de cinco anos), que é uma forma de as ajudar a terem mais visibilidade e também beneficiam de 50% de desconto.
Quais são os objectivos para 2020?
Em 2019 gostaríamos de atingir os 1500 participantes.