Continente estreia-se nas lojas sem caixas de pagamento

O Continente é “a primeira marca europeia” a abrir uma loja sem caixas de pagamento – Continente Labs –, num investimento acima de “um milhão de euros”, disse à Lusa o director de inovação e transformação digital, Frederico Santos.

A loja localizada em Lisboa inaugura hoje e conta com uma área de venda de 150 metros quadrados, tem “20 quilómetros de cabos de rede” instalados e está equipada com “cerca de 230 câmaras no teto e mais de 400 sensores de prateleira”, que associam os produtos recolhidos (e devolvidos) das prateleiras por cada cliente, criando carrinhos de compras virtuais, sendo o pagamento feito automaticamente através do cartão associado.

A funcionar, numa fase inicial, entre as 12:00 e as 21:00, seis dias por semana, o Continente Labs vai contar com seis pessoas na loja para receber a mercadoria, colocar nas prateleiras, repor o ‘stock’ e garantir a higiene e segurança na operação, entre outros.

Para fazer compras nesta nova loja, é preciso descarregar uma aplicação — Continente Labs — no ‘smartphone’ e ter um cartão de débito ou de crédito associado e os dados de facturação para emitir a factura electrónica.

Depois de tudo configurado, basta abrir a aplicação Continente Labs, a qual exibirá um código (QR Code). Este código é lido à entrada, na zona do torniquete, que após a leitura do mesmo abre e o cliente só tem de guardar o telemóvel e não se preocupar com mais nada, a não ser com as compras.

Ao iniciar as compras com o retirar dos artigos das prateleiras, em tempo real começa a ser construído o carrinho virtual, através da tecnologia de inteligência artificial da Sensei, ‘startup’ portuguesa e parceira deste projeto.

A tecnologia ‘machine vision’ acompanha a posição do cliente ao longo da loja, sem utilizar reconhecimento facial, garantiu Frederico Santos, que explicou que os sensores conseguem perceber qual o artigo tirado da prateleira, se foi devolvido ou pousado numa zona diferente. Por baixo da loja está um ‘data center’ (centro de dados) potente que “está permanentemente a processar informação”, disse.

No final das compras o cliente sai da loja sem ter de efectuar mais nenhuma operação. A aplicação tem ainda uma funcionalidade que permite fazer reclamações.

De salientar que a norte-americana Amazon já tem um conjunto de lojas nos Estados Unidos e no Reino Unido a funcionar com um conceito semelhante.

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