Automatização no armazém vai aumentar mais 6% do que o previsto antes da pandemia

A Interact Analysis, uma empresa de estudos de mercado internacional especializada no sector de automatização e inteligência, acabou de lançar um novo estudo sobre a automatização no armazém.

Em termos gerais este estudo confirma que embora muitos sectores tenham sido fortemente abalados pela pandemia e se preveja que tenham uma recuperação lenta, o sector de automatização do armazém vai previsivelmente ter um crescimento exponencial. A Covid-19 deu um impulso sustentado e massivo às compras online, o que tem levado os gestores de centros logísticos / armazéns a recorrerem a soluções de automatização para melhorarem a eficiência e productividade, e garantir o distanciamento social dentro do armazém.

A Covid-19 afectou negativamente as receitas em 2020, à medida que as datas para terminar projectos foram empurradas para 2021. Mas ao mesmo tempo o súbito aumento das compras online, resultou num aumento de pedidos recebidos nos centros logísticos. A Dematic, no segundo trimestre de 2020, viu o número de encomendas aumentar 100% face a igual período de 2019. A empresa tenciona contratar mais 1.000 pessoas até ao final de 2020. O mercado de automatização do armazém previsivelmente irá crescer 6% acima do que estava previsto antes da pandemia.

Enquanto sectores como a indústria e vestuário vão perder valor, cerca de 600 milhões de dólares, o comércio em geral e o comércio de produtos alimentares, vão ser responsáveis pelo aumento significativo do valor despendido na automatização dos armazéns. Este estudo estima que o valor de mercado destes dois sectores cresça 3.5 mil milhões de dólares em relação ao previsto antes da pandemia. A Ocado, poderá passar a ser um dos principais fornecedores de soluções para automatização para armazéns no retalho alimentar, pois já garantiu contratos para construir 38 armazéns automáticos, até ao final de 2025.

Outro aspecto importante do estudo, é que as receitas de software estão em risco, uma vez que muitos retalhistas online começam a seguir a tendência para optar por deixar de externalizar a implementação e o desenvolvimento de software. Este movimento foi iniciado pela Amazon, Alibaba e JD.com, mas outros retalhistas online pensam adoptar a mesma estratégia. Isto pode levar a que equipamentos de hardware para automatização de armazéns passem a ser vistos como commodities, forçando os integradores a competirem em tenders. O estudo mostra que a razão de ser desta situação é a falta de flexibilidade de soluções de software standard (off-the-shelf).

Segundo Rueben Scriven, lead analyst on warehouse automation da Interact Analysis: «O sector de automatização no armazém está em movimento. O vírus causou danos importantes no comércio de rua e nos centros comerciais, mas já há sinais de que os retalhistas online se estão a preparar para intervir. Os retalhistas alimentares estão a tirar partido de instalações inactivas para aumentar o número de micro- centros de distribuição em lojas em funcionamento, aproximando assim o abastecimento do consumidor.

Em relação à questão da externalização de software e de soluções de automatização, os retalhistas alimentares, ao contrário de outros sectores, vão continuar a apostar nos integradores de soluções de software. No entanto, o caminho mais seguro para os produtores de soluções de automação para o armazém que estejam interessados em fornecer soluções para retalhistas online é aumentar a capacidade de adaptação das suas soluções a clientes individuais.

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