Incêndios, fusões e aquisições, vendas de empresas, disrupções nas fábricas, mudanças de liderança e falhas de abastecimento classificam-se como as seis principais disrupções da cadeia de abastecimento nos primeiros seis meses de 2021, sendo as ciências da vida, os cuidados de saúde e a indústria automóvel os sectores mais afectados.
Isto de acordo com dados divulgados pela Resilinc, empresa de monitorização de riscos da cadeia de abastecimento, que revela que as disrupções da cadeia de abastecimento aumentaram 88%, sendo que destas 90% têm causa humana. As rupturas causadas por mão humana têm estado a crescer globalmente, com o número de incêndios em fábricas a aumentaram 150% (quando comparado o primeiro semestre de 2021 com o primeiro semestre de 2020). Este aumento deve-se principalmente à deficiente regulamentação de segurança, execução de processos e à escassez de mão-de-obra qualificada nos armazéns.
Os dados revelam também que as interrupções devidas à escassez de fornecimento (casos como chips semicondutores, plástico e cartão) aumentaram 638% na primeira metade de 2021. A Resilinc enviou 251 alertas de falta de fornecimento; este tipo de ruptura classificou-se em 6º lugar na lista de eventos reportados (imediatamente atrás da transição de liderança). A escassez de fornecimentos está a impulsionar consolidações, fusões, e vendas de empresas à medida que grupos empresariais procuram dar um rápido impulso ao negócio principal ou optimizar a cadeia de abastecimento para melhor servir a base de clientes.
Na primeira metade de 2021, quase metade (46,5%) dos eventos perturbadores ocorreram na América do Norte, seguida pela Europa (23,43%), e depois pela Ásia (19,45%). Em comparação com a primeira metade de 2020, a América do Norte teve os acontecimentos mais perturbadores, a Ásia teve o segundo mais alto, seguida da Europa.
Apesar das disrupções causadas por eventos ligados à saúde humana, que incluem a pandemia por COVID-19, terem ficado classificados em 19º lugar em termos de número de alertas de ocorrências no primeiro semestre do ano, a Resilinc continuou a designar este evento como “grave”. Dados adicionais mostram que as disrupções laborais aumentaram 156%; fenómenos climatéricos extremos 130%; ciberataques 143%.
Globalmente, no primeiro semestre de 2021, a Resilinc enviou 5.425 alertas sobre potenciais perturbações na cadeia de abastecimento em 39 categorias de eventos. Destas potenciais perturbações, 59% foram suficientemente impactantes para desencadear a criação de um WarRoom-virtual na plataforma da Resilinc, onde os clientes e os seus fornecedores comunicam e colaboram para avaliar e resolver as disrupções. A criação de WarRooms teve um aumento de 105% em 2021.
Os dados da Resilinc são recolhidos através da plataforma da empresa designada de EventWatch AI, um serviço global de monitorização de eventos 24/7 que contextualiza e analisa mais de 1,7 mil milhões de notícias sobre disrupções potenciais e existentes na cadeia de abastecimento a partir de aproximadamente 4,2 milhões de fontes em 100 línguas, incluindo notícias diárias, relatórios governamentais e social media. A partir de Janeiro de 2021, a Resilinc incorporou nesta plataforma dados recolhidos de mais de 300.000 fornecedores. A utilização de tecnologia de inteligência artificial permite limpar o ruído desta quantidade imensa de dados de forma a que os alertas possam ser 100% relevantes.
A plataforma EventWatch AI faz parte da missão da Resilinc para integrar tecnologias de inteligência artificial e machine learning na gestão do risco na cadeia de abastecimento, como forma de trazer visibilidade predictiva da supply chain e resiliência aos seus utilizadores.