Apesar dos esforços da coligação dirigida pelos EUA Houthis não desistem

Os houthis do Yeman não desistem de realizar ataques a navios que tentam entrar no Mar Vermelho. No último incidente, a 27 de Janeiro, sensivelmente pelas 19 horas UTC, estes conseguiram atingir um petroleiro (product tanker), com uma bandeira das Ilhas Marshall, o Marlin Luanda, que pertence a uma empresa do Reino Unido, via uma subsidiaria no Luxemburgo, que é gerida pela JP Morgan.

O navio de 110.000 toneladas, foi atingido ainda no Golfo de Aden, e estava carregado com 91.000 toneladas de nafta. Como consequência do ataque, o tanque número 5 foi atingido, o que deu origem a um incêndio. Depois de o navio ter pedido ajuda, o primeiro navio de guerra a chegar ao local foi um da marinha da Índia, o INS Visakhapatnam, que zarpou de Djibouti de imediato. Seguido de dois outros navios de guerra um dos EUA e outro da França.

No caso de navios como este que têm vários tanques, o navio utiliza os gases do escape para criar uma atmosfera inerte dentro dos tanques (não existindo mais do que 8% de oxigénio), tornando assim muito difícil haver um incêndio. Mas com o rombo que foi causado e a exposição ao ar, foram criadas as condições para um incêndio perigoso. É que embora os outros tanques estejam separados deste, com o calor gerado que se transmite através do metal, a nafta aumenta de volume e para minorar o problema é necessário ventilar os tanques, mas aí o risco de incêndio aumenta pois passa a haver oxigénio.

No entanto o profissionalismo da tripulação, fez com que ao fim de algumas horas o incêndio tenha sido apagado, com recurso às mangueiras existentes a bordo e a utilização de uma mistura de água e espuma. Segundo a imprensa Indiana, a tripulação é composta por 22 membros nacionais da Índia e um do Bangladesh. Lembramos que as tripulações hoje em dia são maioritariamente oriundas de cinco países: Filipinas à cabeça, seguida de perto pela India e depois pela China, Indonésia e Rússia.

Segundo o site marine tracker o navio está avaliado em 60 milhões de dólares, com as 91.000 toneladas de nafta o valor total do navio e carga nunca seria inferior aos 100 milhões de dólares. Ora os danos causados no navio excedem de certeza o valor de um milhão de dólares. As companhias de seguros não gostam de pagar quantias destas. Agora o problema é que num porta-contentores grandes estamos a falar de valores muito mais elevados.

Mesmo tendo em consideração que é difícil de atingir um navio, a realidade é que se os Houthis continuarem a disparar vão conseguir atingir alguns e é difícil impedir isso mesmo com escoltas. Por essa razão, os especialistas acham que não vamos ver os navios grandes a arriscarem passar pela rota do Mar Vermelho / Canal de Suez.

A título de exemplo, a 24 de Janeiro, embora estivessem escoltados por navios da marinha americana, os navios MV Maersk Detroit e Maersk Chesapeake, com bandeira dos EUA, foram atacados com três misseis, um caiu na água a cerca de 100 metros de um destes e os outros dois misseis foram neutralizados pela marinha dos EUA. Mesmo assim os navios optaram por voltar para trás.

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