O ecommerce continua a ser o segmento que mais rapidamente cresce para os operadores logísticos a nível global, à medida que os retalhistas recorrem e dependem da Amazon e dos 3Pl para gerir o omnicanal e as operações de ecommerce.
À medida que as compras via ecommerce cresceram durante a pandemia e as empresas continuaram a fazer outsourcing para não ter de investir numa infraestrutura própria, nos EUA por exemplo, a facturação dos operadores logísticos atingiu os 43.4 mil milhões de dólares em 2019 e espera-se um crescimento de 28% em 2020, de acordo com o relatório da Armstrong & Associates, ” VOLATILE – Latest Third-Party Logistics Market Results and Predictions for 2020, que inclui estimativas para 190 países.
Com as medidas de confinamento e o encerramento de muitos negócios, o Value-Added Warehousing and Distribution (VAWD) teve um crescimento significativo no segmento de ecommerce B2C com o crescimento das entregas durante o primeiro semestre de 2020. Comparativamente assistiu-se a um recuo no segmento B2B. O impacto geral no primeiro semestre de 2020 mostrou que houve um decréscimo no resultado bruto de 7.1%, mas um aumento nos lucros de 5.8%. Os dados apontam para que se assista a um aumento no terceiro e quarto trimestres à medida que a economia comece a recuperar, ajudada pela necessidade dos clientes VAWD refazeram stocks.
Ao nível do segmento de transporte doméstico (DTM – Domestic Transportation Management) dos operadores logísticos, no primeiro semestre verificou-se uma queda de 8% na receita bruta e um declínio de 16% na receita líquida devido à queda dos volumes de mercadorias expedidos. Isto notou-se especialmente nos segmentos automotive, industrial, construção e de matérias primas. No entanto, o transporte com temperatura controlada e em galeras teve melhores resultados que o transporte em caixa aberta utilizado pela indústria da construção.
No que toca ao transporte internacional (ITM – International Transportation Management), os operadores logísticos e transitários que actuam principalmente nos modos aéreo e marítimo e serviços complementares de valor acrescentado, tiveram um aumento de resultados de 3.8% na primeira metade de 2020. Isto, embora no segundo trimestre de 2020, os volumes transaccionados tenham decrescido, a capacidade manteve-se apertada. A falta de capacidade levou a que os preços tenham aumentado de forma significativa. A razão para o decréscimo na capacidade deveu-se ao encerramento das economias e à suspensão dos voos comerciais, que são responsáveis por cerca de 40% da capacidade de carga aérea. Também no sector marítimo a capacidade foi reduzida devido ao cancelamento de partidas da Ásia.
No que se refere aos 3PL, em 2019 o mercado norte-americano viu as receitas líquidas (receita bruta menos custos de transporte) crescerem 5.9%, atingindo os 91.5 mil milhões de dólares, enquanto que as receitas brutas decresceram 0.3%, fixando o valor do mercado dos 3PL em 212.8 mil milhões de dólares.
Em 2020, pensa-se que o mercado geral dos 3PL na América do Norte tenha uma melhoria ligeira, atenuando o declínio anual a que se vinha assistido (1%) ao nível da receita bruta, passando a um aumento ligeiro este ano.
A nível global as receitas dos 3PL atingiram os 951 mil milhões de dólares em 2019, um aumento de apenas 2.1% em relação a 2018, o que contrasta com o aumento de 9.1% que tinha registado em 2018. Devido à pandemia do COVID-19 e às guerras comerciais, a consultora espera um decréscimo de 2.9% nas receitas a nível global.