A actuar com diversas áreas de intervenção, nomeadamente industrial, de energia e do healthcare, a Siemens tem uma unidade, a Siemens Logistics, que está dividida em quatro grandes áreas: uma de aeroportos, onde tem um sistema de tratamento de bagagem e carga; a de parcel and postal; a de customer services, que faz serviços de manutenção e operação a estas duas entidades e a quarta área, a Digital Business, que se dedica a soluções digitais.
Como explica Rui Sequeira, senior business development da Siemens: «Enquanto as primeiras áreas estão mais orientadas para o hardware e controlo desse hardware, a quarta área tem a ver com tudo o que está relacionado com a informação e sistemas de IT, como big data, IoT, etc. Somos o braço inovador desta unidade da Siemens.» Dentro da unidade Digital Business existe uma unidade que resultou da aquisição de duas empresas. Uma delas é a Axit, antiga empresa alemã, que tem basicamente clientes na indústria automóvel, de processos e de manufactura, cuja solução junta numa única plataforma aquilo que é informação do fornecedor, do transportador, da empresa em si, do cliente. Ou seja, todos os stakeholders conseguem usar a mesma plataforma de forma a existir uma visibilidade end-to-end daquilo que é o status das encomendas às entregas, mesmo dentro do processo de produção. «Conseguimos fazer essa integração e depois temos uma camada on top que faz o processo de optimização da cadeia logística», explica o responsável.
Este processo de optimização resulta de duas vertentes: a aplicação desta ferramenta que é modular, designada por supply chain suit, vai buscar dados a esta camada intermédia ou directamente aos sub-sistemas e a partir daí correr algoritmos, sejam eles programação linear, heurísticas. Dependendo do use case vai identificar qual é o melhor modelo matemático para fazer o processo de optimização e a partir daí fazer um processo de optimização de toda a cadeia logística. O que é que é esta optimização? «Estamos a falar de location planning. Por exemplo, tendo um conjunto de fornecedores e de clientes qual é a melhor localização para instalar um centro de distribuição ou um armazém. Esta ferramenta permite fazer isso automaticamente, o que possibilita às empresas perceber como é que todas estas dinâmicas influenciam a eficiência da rede logística». Rui Sequeira diz que «este software permite à empresa fazer esta validação tão rápida quanto necessário, o que permite ter sempre uma cadeia logística muito optimizada. Estamos a falar de poupanças de custos, porque vamos reduzir o número de km percorridos, para além da componente da sustentabilidade ambiental, ao permitir reduzir as emissões de CO2 de toda a cadeia de logística».
Segundo o responsável podemos também falar de customer assignation. «Ou seja, se tivermos uma rede em que tenhamos 2 ou 3 centros de distribuição permite perceber qual é a forma mais eficiente de utilizar o centro para abastecer um determinado cliente, num determinado ponto de entrega. O software o que faz é simular os cenários e dar as opções ao decisor para que possa escolher de forma mais informada e capacitada».
Este software é uma parte da oferta desta unidade. «Começamos com o projecto de consultoria e aqui estamos a falar de uma equipa de consultores experientes que trabalham na Alemanha com projectos muito complexos, como a indústria automóvel, química, retalho, etc. Todas estas indústrias já são por nós conhecidas.»
Centro de competências em Portugal
Sobre a Siemens Logistics, Rui Sequeira refere existir há bastante tempo em Portugal, mas ainda com a denominação de Siemens Postal, Parcel & Airport Logistics. «Temos até agora as nossas principais áreas com enfoque nos aeroportos. Tudo o que seja sistemas de tratamento de bagagens dos aeroportos em Portugal foram instalados por nós e são até à data de hoje, mantidos e operados por nós. Fomos também responsáveis pela instalação de um sorter nos CTT, em Cabo Ruivo. Fizemos a instalação do equipamento, que é da Siemens, bem como a parte de engenharia de automação. Todo o sistema de supervisão e controlo foi instalado e desenvolvido por nós em Portugal. Temos, em Portugal, um centro de competências de engenharia e fazemos serviços para todo o mundo, no que diz respeito a sistemas de tratamento de bagagens em tecnologia de tela. Neste momento temos a responsabilidade em Portugal de montar um HUB para a Europa que abrange tudo o que são soluções digitais. Neste momento somos seis pessoas e a tendência será crescer, sendo que temos sob a nossa responsabilidade Portugal, Espanha, Reino Unido e Itália», remata.