As cadeias de abastecimento resistiram bastante bem à pandemia, mas isso não significa que não tenham tido problemas e mais importante é que alguns destes só se manifestem num período em que a pandemia já se encontra numa fase de resolução graças à vacinação. É o que se passa nos EUA.
Uma das primeiras cadeias a ser afectada no início da pandemia foi a do papel higiénico. Mas o problema resolveu-se. Talvez bem de mais pois neste momento há excesso de papel higiénico no mercado norte-americano, de acordo com a imprensa americana. Parece que a indústria se esqueceu que as pessoas não estavam a gastar mais papel higiénico, mas apenas a açambarcar e que agora estão a gastar o excesso de inventário que têm em casa. Mas como alguns produtores aumentaram a produção e ainda não corrigiram a situação, há neste momento excesso de papel higiénico.
Agora a falta é de ketchup em pacotinhos. Isto não significa uma falta de ketchup generalizada. Esta situação deve-se ao facto de muitos restaurantes, durante a pandemia, se terem virado para o take away, o que levou há falta de pacotinhos de ketchup. Como o ketchup é importante para o perfil do gosto da comida (principalmente nos EUA onde é tudo com ketchup), esta questão está a despoletar um enorme stress na restauração.
Este facto já levou a um aumento no preço dos pacotes de 13% desde Janeiro deste ano.
A verdade é que também houve um aumento da procura de frascos. Mais pessoas a fazer refeições em casa levou a um aumento do consumo de 15% em 2020, mais de mil milhões de frascos.
A Kraft Heinz, o maior fabricante nos EUA com uma quota de mercado de 70%, garante que desde o início da pandemia que tem vindo a tomar medidas para fazer face ao aumento da procura, através de novas soluções de embalamento. Mas neste momento estão a equacionar expandir a sua base produtiva, com as novas linhas de produção a acrescentarem mais 25% de capacidade, ou seja, 12 mil milhões de pacotinhos.
Vejamos se à semelhança do que aconteceu com o papel higiénico a fome não acaba em fartura.