10 Tendências da Cadeia de Abastecimento para 2023

Embora ninguém tenha uma bola de cristal, as previsões da ASCM (Association for Supply Chain Management) tem uma tendência para se aproximar da realidade. A razão para este sucesso parece ser o facto desta associação ter o cuidado de monitorizar as cadeias de abastecimento globais ao longo de todo o ano.

Neste artigo apresentamos as 10 principais tendências para 2023. Os parâmetros analisados não são estáticos de ano para ano. Assim em relação ao previsto em 2022, este ano foram analisados novos aspetos da cadeia de abastecimento como: robótica; cadeias de abastecimento de bens essenciais; logística inteligente e a Internet das coisas; e vulnerabilidade logística.

As empresas em todo o mundo continuam a combater a Grande Disrupção da Cadeia de Abastecimento. Esforçam-se por otimizar a execução, diminuir o risco, melhorar a destreza e identificar formas de obter uma verdadeira vantagem competitiva. Para atingir estes objetivos, será essencial criar redes impulsionadas por dados, maximizar as mais recentes capacidades de transformação digital, dar prioridade à gestão e resiliência ao risco, racionalizar a logística, e muito mais. Estar à frente destas e de outras tendências chave permite às cadeias de abastecimento moldar proactivamente um futuro de sucesso e sustentável. Continue a ler para descobrir o que está para vir em 2023.

 

1 – Big data e analítica
A Big data, analítica e automatização estão a permitir às organizações mitigar as disrupções através de uma gestão digital e ágil da cadeia de abastecimento. A implementação de métodos analíticos preditivos e prescritivos — assim como avanços em big data, algoritmos e robótica — terá efeitos de grande alcance. As organizações que consigam aproveitar o poder destas soluções vão beneficiar de uma maior visibilidade, planeamento e execução sincronizados, capacidade de decisão baseada em dados, previsibilidade, agilidade e rentabilidade.

 

2 – Cadeias de fornecimento digitais
As cadeias de abastecimento digitais continuarão a ser elementos essenciais de numerosas tendências desta lista, incluindo o risco, a resiliência e a segurança. Uma digitalização bem-sucedida das cadeias de abastecimento requer a implementação de sensores em larga escala através da Internet das coisas; gémeos digitais; interfaces internos e externos partilhados, tais como redes baseadas na nuvem; automatização e verificação de processos. As organizações mais bem colocadas (best in class) terão de adotar soluções próprias das cadeias de abastecimento digitais ou serão deixadas para trás por concorrentes mais ágeis e eficientes.

 

3 – Risco e resiliência da cadeia de abastecimento
O risco e a resiliência da cadeia de abastecimento requerem colaboração entre redes globais que são altamente complexas e interligadas. As principais estratégias incluem a diversificação de fornecedores, capacidades de produção e processos de transporte, bem como a procura de materiais alternativos e parcerias não tradicionais. Muitas cadeias de abastecimento tornar-se-ão mais compactas e localizadas. A conceção de cadeias de abastecimento resilientes será também fundamental para mitigar os acontecimentos adversos mais rapidamente do que a concorrência, proporcionando um excelente serviço ao cliente, criando valor e quota de mercado.

 

4 – Inteligência artificial e machine learning
A inteligência artificial e machine learning, componentes-chave de numerosas tendências desta lista, estão a tornar-se uma força motriz para maximizar e facilitar a criação de sistemas graças à interoperabilidade entre vários ecossistemas empresariais. Estas são fundamentais para a integração de pessoas, processos e sistemas em numerosos ambientes operacionais. A evolução tecnológica para a indústria 5.0 — que envolve uma abordagem mais colaborativa, bem como parcerias entre humanos e robôs — terá um impacto significativo em numerosas funções da cadeia de abastecimento.

 

5 – Robótica
A escassez de mão-de-obra, a disrupção na oferta e os picos na procura estão a obrigar as organizações a recorrer à robótica — o que tem levado, a robótica inteligente a transformar as cadeias de abastecimento. Impulsionados por rápidos avanços tecnológicos e maior acessibilidade económica, tanto os robôs móveis como os estacionários estão a ajudar os trabalhadores nas tarefas de armazenagem, transporte e entrega na última milha. Armazéns mais seguros, mais eficientes, com menos pessoas, vão reduzir os custos. Embora o investimento inicial de capital seja elevado, a poupança de custos será grande.

 

6 – Segurança de dados e cibersegurança
Quanto mais digitais as cadeias de abastecimento se tornam, mais vulneráveis são as suas redes globais aos ciberataques. Esta interligação significa que os vários intervenientes da cadeia de abastecimento podem inadvertidamente expor-se uns aos outros e aos seus clientes a quebras de privacidade, roubo de identidade e situações piores. Para salvaguardar as redes, dispositivos, pessoas e programas vai ser necessário uma maior colaboração. É expectável que mais organizações optem por investir em redundância, firewalls, tecnologias avançadas anti-hacking e formação dos colaboradores.

 

7 – Cadeias de abastecimento circulares e sustentáveis
O modelo económico tradicional linear de receber, fazer e deitar fora é um beco sem saída para o planeta, aumenta os custos das matérias-primas, e aumenta a probabilidade de escassez e volatilidade. Por outro lado, muitos conflitos e guerras evoluem em torno do acesso a minerais raros, energia e matérias primas básicas. À medida que as cadeias de abastecimento interagem com todas as partes do ecossistema global, as economias circulares que dão prioridade aos aspetos responsáveis, restauradores e regenerativos são imperativas e singularmente consequentes.

 

8 – Cadeias de abastecimento de bens essenciais
Os gestores da cadeia de abastecimento devem apoiar os produtores de bens essenciais a movimentar os produtos; encaminhar quaisquer excedentes para organizações humanitárias; e ajudar os retalhistas, governos e organizações não-governamentais a ligarem-se a fornecedores capazes. Além disso, vai continuar a haver crescimento no fornecimento de bens que necessitam de temperatura controlada, criando novos desafios para a recolha, embalagem e transporte de remessas respeitando a integridade da temperatura através de processos especiais, embalagens inovadoras da cadeia de frio e infraestruturas otimizadas.

 

9 – Logística inteligente e a Internet das coisas
A visão e a agilidade mostram ser vantagens competitivas chave na cadeia de abastecimento. A Internet das coisas fornece transparência e informação quase em tempo real sobre a localização do produto, velocidade de movimento, chegada prevista e condições atmosféricas locais. Esta é a base de uma logística inteligente, uma vez que permite visualizar os atrasos, disrupções e potencial de degradação da qualidade. Os conhecimentos adquiridos permitirão às organizações reduzir os custos, aumentar os níveis de serviço e otimizar as redes.

 

10 – Vulnerabilidade logística
Os sistemas de planeamento de transportes dependem da colaboração dos intervenientes na cadeia de abastecimento de uma forma integrada e flexível. Isto permite-lhes adaptar dinamicamente os vários modos de transporte com base em informação em tempo quase real. Os benefícios incluem uma melhor visibilidade, integração e flexibilidade. As organizações logísticas devem criar as condições necessárias para uma interação perfeita entre as múltiplas redes de transporte e as suas réplicas digitais. Devem também repensar as ligações físicas entre armazéns, autoestradas, portos, vias navegáveis e transporte aéreo.

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