O primeiro centro europeu de teste de robôs marítimos em ambiente real vai ser criado na costa de Viana do Castelo. O Atlantis Test Center visa validar as soluções robóticas nas «condições climatéricas mais extremas do Oceano Atlântico», em especial nos trabalhos de inspecção e manutenção das infraestruturas eólicas offshore.
De salientar a importância da energia eólica offshore «na diminuição da dependência dos combustíveis fósseis e na descarbonização da sociedade». Prevê-se que a capacidade instalada na Europa triplique durante a próxima década, fruto de novas concessões, do crescimento dos parques eólicos e do desenvolvimento de novas tecnologias. De referir o contributo que Portugal irá dar para o crescimento desta área, com a instalação e arranque da operação do primeiro parque eólico offshore flutuante ao largo da Europa continental, com a «maior turbina do mundo» assente numa plataforma flutuante, o WindFloat Atlantic.
O projecto europeu Atlantis – The Atlantic Testing Platform for Maritime Robotics: New Frontiers for Inspection and Maintenance of Offshore Energy Infrastructures, é liderado pelo INESC TEC e conta com a participação da EDP e o apoio de diversos parceiros tecnológicos e académicos. «O Atlantis Test Center permitirá quantificar o valor acrescentado de nova tecnologia robótica e acelerar a sua integração no sector da energia eólica marítima. O projecto assenta numa verdadeira simbiose entre as indústrias da energia e da robótica marinha. Este centro de inovação será instalado em Viana do Castelo e terá uma importância estratégica para o roteiro científico da robótica em toda a Europa», afirma Andry Maykol Pinto, coordenador do projecto e investigador no INESC TEC.
Investimento global de 8,5 milhões de euros
O INESC TEC dá conta que o foco deste projecto estará na inspecção, manutenção e reparação de infraestruturas eólicas offshore, onde diversos robôs autónomos (subaquáticos, de superfície e aéreos) serão desenvolvidos e testados em diversos cenários industriais, como, por exemplo, na inspecção de cabos de amarração, monitorização de estruturas subaquáticas ou na limpeza de turbinas. A utilização de soluções robóticas neste setor pretende mitigar riscos e diminuir os custos de operação e manutenção dos parques eólicos offshore, nomeadamente em águas profundas, contribuindo também para a redução do custo normalizado de energia (Levelized Cost of Energy).
O projecto tem duração prevista de três anos e conta com um investimento global de 8,5 milhões de euros. O consórcio inclui, além do INESC TEC e da EDP NEW Center For New Energy Technologies (Portugal), mais oito parceiros, de 5 países: Teknologian Tutkimuskeskus VTT e ABB OY (Finlândia), Principle Power France e ECA Robotics (França), Space Application Services NV (Bélgica), IQUA Robotics e Universitat de Girona (Espanha) e RINA Consulting SPA (Itália).