Com o arranque da economia e com muitas empresas a retomarem a sua actividade e a necessitarem de atingir a fase de velocidade de cruzeiro o mais rapidamente possível, os fabricantes de gadgets tecnológicos começam a pensar em adaptar tecnologias existentes para proteger as pessoas em período de pandemia provocado pelo novo coronavírus.
Neste caso, a maioria das soluções são gadgets tecnológicos conhecidos como wearables, que poderão colocar questões ao nível da privacidade. Principalmente, no caso de wearables que monitorizem a temperatura corporal e outros dados de saúde dos funcionários. Estas situações terão de ser estudadas para se saber o que é ou não é permitido e quais as limitações.
Nos EUA a lei permite que as empresas em certas circunstâncias monitorizem alguns dados médicos da força de trabalho, desde que não violem o “Americans With Disabilities Act”. No entanto, no caso da temperatura corporal, e como esta é um dos principais sintomas do Covid-19, neste momento tal é já permitido. Por esta razão, se o risco epidémico se mantiver e não surgir rapidamente uma vacina, muitos especialistas prevêem que dentro de um ano vão existir wearables que também possam monitorizar a temperatura, avisando o trabalhar que está com febre, para que possam ser tomadas medidas preventivas para evitar novos surtos.
“Aproxime-se” e o alarme dispara
Uma solução muito popular (até porque já existe), são os wearables utilizados em ambiente de armazém ou industrial, que fazem disparar um alarme sempre que o trabalhador ultrapasse ou entre numa zona perigosa, como forma de o alertar para o perigo que corre. Trata-se de apenas mais uma aplicação IIoT, neste caso ao serviço da segurança.
A empresa Canadiana Proxxi já fabrica este gadget (uma pulseira). Este foi desenvolvido para evitar contactos eléctricos e a consequente electrocussão, tendo como clientes empresas de construção, utilities e instaladores eléctricos.
Com a crise do Covid-19 houve clientes da empresa que começaram a perguntar se as pulseiras não poderiam fazer disparar o alarme quando esta se encontrasse a menos de dois metros de outra pulseira e não apenas ao entrar em zonas de perigo. Isto levou ao desenvolvimento do Halo. Este gadget para além de avisar que a funcionário ultrapassou a distância de segurança, também consegue manter um registo dos contactos, o permite no caso de contágio ajudar a perceber que outros funcionários poderão ter sido potencialmente infectados.
A Ford e a UAW (sindicato para os sectores automóvel, aeroespacial e agrícola) já está a testar a pulseira que avisa os trabalhadores se ultrapassarem a distância de segurança. Embora se trate apenas de um teste piloto reduzido a uma dúzia de voluntários.
O gadget não tem de ter a forma de uma pulseira, pode ser facilmente adaptado a equipamentos de protecção que já são usados como capacetes, protectores de ouvidos, gadgets de identificação e mesmo em botas de trabalho.