A JLL acaba de divulgar os resultados do seu mais recente research trimestral, o Market Pulse, revelando que as transações de hotéis e de industrial & logística impulsionaram o investimento imobiliário comercial no 1º semestre. Em conjunto, os dois segmentos garantiram 66% do montante transacionado no semestre, o qual ascendeu a 640 milhões de euros. O 2º trimestre deu o principal contributo a este resultado, registando €436 milhões de investimento. Os dois setores geraram 84% do investimento no trimestre em questão.
Pedro Lancastre, CEO da JLL Portugal, explica que “depois de um 1º trimestre pouco animado, o 2º trimestre acelerou fortemente e duplicou o investimento. Neste trimestre foi ainda mais visível a influência da compra de hotéis e de ativos de industrial & logística, pois foram responsáveis por quase €370 milhões dos €436 milhões transacionados”. Para o responsável, “a forte recuperação dos indicadores hoteleiros e a intensificação da absorção e das rendas de industrial & logística” são alguns fatores a explicar o foco dos investidores nestes dois segmentos.
Quanto ao resto do ano, “as perspetivas para os próximos trimestres mantêm-se positivas com o foco nos segmentos que têm tido maior procura em termos de volume. Acreditamos que 2022 vai superar o montante transacionado o ano passado”.
Em industrial & logística, a análise adianta o bom desempenho na ocupação (160.000 m2 no semestre) e para uma trajetória de crescimento das rendas.
Segundo Pedro Lancastre “um dos principais desafios do mercado imobiliário português continua a ser as limitações do lado da oferta, transversais a todos os segmentos. Acontece que há um forte aumento nos custos de construção e é natural que os novos produtos planeados sofram ajustamentos, afetando ainda mais o fluxo de oferta disponível. Isso deverá ter um impacto no desempenho do mercado a nível de absorção e vendas, sendo importante enfatizar que este facto não é o resultado de escassez de procura. Continua a haver um forte apetite pelo mercado imobiliário, seja enquanto utilizador, comprador, ocupante ou investidor, quer nacionais quer estrangeiros”.
Nos primeiros seis meses de 2022 foram ocupados 160.000 m2 de área industrial e logística, dos quais cerca de 77.000 m2 durante o 2º trimestre. Durante este período, 58% da ocupação ocorreu na região de Lisboa. Em termos semestrais, no contexto de Lisboa, o eixo Palmela-Setúbal foi a zona mais ativa na absorção devido à tomada de 40.000 m2 motivada pela entrada de uma nova empresa em Portugal.
Segundo a JLL, há uma evolução muito positiva do mercado, pelo que as rendas prime têm vindo a subir em diversas zonas. O eixo Alfragide-Carnaxide e as áreas de Lisboa-cidade dominam os valores, ambos em 6,25€/m2. No Porto a renda praticada é de 4,00€/m2, nomeadamente, para a zona de Leixões. Ao nível de oferta, existem vários projetos em pipeline, destacando-se três em construção, nomeadamente no eixo Alverca- Azambuja (115.000 m2), em Palmela/Setúbal (30.000 m2) e no eixo Montijo-Alcochete (14.000 m2).