A GS1 Portugal promoveu no passado dia 22 de novembro um debate sobre eficiência nas cadeias de abastecimento do setor da saúde, num evento híbrido sobre “Níveis de Serviço: Do laboratório à farmácia”.
Esta iniciativa teve como principal foco os resultados da 7.ª edição do estudo Benchmarking Saúde, dedicado às cadeias de valor na saúde, que nesta edição, contou com o maior número de participantes desde o lançamento deste estudo em Portugal, em 2016: integrou 657 participantes, dos quais mais de 600 farmácias, 24 laboratórios, quatro parafarmácias de retalho, cinco armazenistas e 20 grupos de farmácias.
Nesta análise, percebeu-se que as farmácias, na sua relação com os laboratórios, destacam como desafios para o futuro a eficiência da gestão das devoluções e a capacidade de adaptação das ações a cada farmácia. No entanto, afirmam que o produto está em bom estado quando é recebido e que existe uma boa relação comercial, pelo que, em média, a avaliação dos laboratórios face a 2021 melhorou. No caso da relação com os armazenistas, um dos pontos positivos é a facilidade no processamento de pedidos, mas a gestão das devoluções é um processo que ainda pode ser melhorado. A 7.ª edição do Benchmarking Saúde permitiu ainda concluir que as parafarmácias de retalho registam oportunidades de melhoria na codificação das encomendas e, em particular relativamente aos laboratórios, no alinhamento dos ficheiros mestre, e na competitividade, quantidade, qualidade e planeamento das ações promocionais. O perfil dos interlocutores comerciais e o cumprimento das condições comerciais foram também considerados fundamentais por este canal. Nesse sentido, os desafios inerentes às ruturas de stocks ganharam particular expressão junto dos armazenistas.
Neste sentido, Cátia Gouveia, Gestora de Estudos de Níveis de Serviço da GS1 Portugal, considera que “este projeto dá uma noção clara do caminho a seguir, mas é necessário fomentar a comunicação entre os players, para alcançar mais colaboração” porque “mais resultados, traduzem-se em mais eficiência”, acrescenta.
Jordi Mur, Director de Innovación, Proyectos y Servicios – AECOC, associação de fabricantes e distribuidores espanhola que integra a GS1 Espanha, falou ainda sobre os resultados obtidos no mesmo estudo no mercado espanhol, onde a metodologia do Benchmarking Saúde teve início, antes do lançamento em Portugal. Jordi Mur explicou que, quando questionadas, “as farmácias identificam várias mudanças na relação com o delegado do laboratório, (…) e com os delegados dos armazenistas”. Em ambos os casos, já se faz um melhor controlo de stock, pelo que as farmácias não querem ser convencidas a comprar grandes volumes e já é possível melhorar o processo de gestão de stocks. Mais alguns desafios para o futuro, a ter em conta, são o facto de cada vez mais a eficiência logística ser crucial para os armazenistas ou o facto de se prever que os grupos de farmácia venham a desempenhar um papel cada vez mais relevante.
Em conjunto, o Benchmarking Saúde português e espanhol permitem perceber o que se pode esperar nos próximos tempos na área da eficiência logística em saúde e quais as áreas em que os players podem melhorar.