Sector da alimentação e bebidas identifica pontos críticos para evitar “disrupcções severas”

Face aos efeitos da pandemia causada pelo COVID-19, o sector da alimentação e bebidas está a fazer os possíveis para garantir que os cidadãos possam continuar a aceder a produtos alimentares. Mella Frewen, directora- geral da FoodDrinkEurope, diz que esta indústria é composta por 4.7 milhões de colaboradores e 294.000 empresas em toda a Europa. «Temos como objectivo comum garantir que as prateleiras estejam abastecidas e os frigoríficos cheios. No entanto, isso está a ser cada vez mais difícil», salienta a responsável e identifica cinco pontos críticos que estão a «colocar a cadeia de abastecimento alimentar sob pressão».

A FoodDrinkEurope já escreveu à Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen para que a Comissão em coordenação com os Estados Membros, tome medidas urgentes em relação a esta situação, de forma a «evitar disrupcções sérias nas entregas de bens alimentares e bebidas aos consumidores e salvaguardar os empregos e negócios».

Segundo a análise feita é preciso apoiar a força de trabalho do sector da alimentação, ao garantir que os trabalhadores continuem a trabalhar de forma segura e lhes sejam dadas condições especiais.

Mais flexibilidade nas fronteiras para os camiões

Sobre as medidas de gestão fronteiriças, de 16 de Março, a FoodDrinkEurope alerta para as diferentes interpretações dadas pelos vários Estados Membros do que pode constituir um sector “essencial” e de quais são as medidas necessárias para manter a cadeia de abastecimento alimentar em pleno funcionamento. «Alimentos e bebidas, ingredientes, embalagens e materiais para embalagem (entre outra coisas que são essenciais para garantir a segurança alimentar e o transporte), rações e alimentos para animais de companhia, têm de ser considerados essenciais por todos os Estados Membros da UE, para evitar paralisações nas fronteiras.»

Outro dos problemas é o atraso nas fronteiras, com camiões a serem retidos ou impedidos de passarem. Para além desta situação, está a ser solicitado a muitas empresas que os camiões sejam acompanhados de um documento oficial a declarar que as mercadorias transportadas são classificadas como pertencendo a um “sector essencial” de importância vital ou a serem exigidos “certificados”. «Este tipo de documentos não existe de forma estandardizada na União Europeia, o que leva a mais atraso». Há ainda a preocupação que os produtos retidos nas fronteiras possam ficar estragados sem medidas de emergência para que os mesmos sejam redistribuídos ou doados. É ainda pedido a implementação de vias verdes prioritárias para os camiões do sector alimentar e que sejam levantadas as proibições de circulação durante o fim- de- semana.
Para as empresas em dificuldade são solicitados apoios, tanto ao nível da flexibilidade das normas como ao nível de apoios fiscais. Por último, facilitar o comércio global, considerando que muitas empresas não conseguem expedir mercadorias há já dois meses, principalmente para a China e região asiática. Por outro lado, a indústria europeia do sector da alimentação e bebidas está dependente de matérias-primas importadas de países terceiros para produzir os produtos, pelo que estas cadeias de abastecimento também têm sofrido disrupcções severas. Assim, a A FoodDrinkEurope pediu à Comissão que interfira e dinamize conversas bilaterais com os principais parceiros comerciais para que estes facilitem o comércio de produtos e matéria-prima essenciais de alimentos e bebidas.

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