Numa altura em que o Governo prepara um plano de poupança de energia e eficiência hídrica, a Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) fez saber que deve «existir equilíbrio e bom senso na elaboração deste plano». Reconhecendo que existe algum espaço, tendo em conta a situação anormal que enfrentamos, para a introdução de algumas melhorias na distribuição e no retalho, a resposta à situação de crise energética deve passar sobretudo pela consulta e envolvimento dos diferentes setores de atividade e por iniciativas de duração limitada.
Para a APED, o desafio de consumir menos energia, não pode estar separado da necessidade de produzir mais e melhor energia. «É por isso que uma política pública que não tenha em conta a necessidade de melhorar os processos inerentes à instalação de centrais de produção de energia para autoconsumo, não tem em conta a realidade e uma perspetiva de médio prazo», comentou a associação em comunicado.
Enquanto associação de um setor que representa 11% do PIB nacional, a APED tem «dinamizado um trabalho contínuo na promoção da eficiência energética do setor», através do Plano de Promoção de Eficiência do Consumo de Energia Elétrica (PPEC), e lançou no final do ano passado as bases para a construção do Roteiro para a Descarbonização do Setor, uma iniciativa assente nas melhores práticas a nível internacional, que visa descarbonizar o setor até 2040 e cuja apresentação oficial será feita em outubro.
De referir que nos últimos 10 anos, as empresas do setor implementaram medidas de ecoeficiência que permitiram uma redução até 30% no consumo de eletricidade por m2 de área de venda. Das medidas adotadas de referir a instalação de equipamentos de elevada eficiência energética, em particular tecnologias de refrigeração, arcas congeladoras, instalação de portas murais refrigeradas nos móveis de frio, implementação de sistemas de monitorização de consumos, ou ainda a adoção de iluminação eficiente.
Destaque ainda para a regulação periódica dos set-points dos sistemas de climatização, a instalação de comandos de fracionamento da iluminação e regulação da intensidade luminosa, a formação e sensibilização contínuas das equipas para as boas práticas de eficiência energética, bem como o consumo de energia proveniente de fontes renováveis e a instalação progressiva de sistemas fotovoltaicos nos pontos de venda.