Poucos meses passaram pelo início de uma das maiores crises que assolou e assolará a vida desta geração e quiçá de gerações vindouras.
Após o primeiro embate em que a pressão para conter a epidemia foi imensa e algo dolorosa, passámos por um verão relativamente sereno, já estávamos a despressurizar algumas áreas da economia e a voltar a encontrar algum equilíbrio nas nossas vidas pessoais, familiares e profissionais e eis que chegou setembro.
Esta pandemia veio demonstrar a importância que é ter uma boa e consolidada estratégia. Foi notório que o comportamento das empresas foi distinto e arriscamos a dizer que as mais resilientes, com aposta em mais diversificação, com elevados índices de inovação e grande capacitação, motivação e formação das suas equipas melhor resistiram e algumas delas até cresceram, porque estavam muito bem preparadas para o choque que sofreram.
Esta pandemia veio igualmente alterar o modelo de globalização vigente uma vez que hoje já deixou de ser um modelo tão global, pois assistiu-se a algum protecionismo de alguns países às suas empresas e que irão certamente afetar o posicionamento de muitas empresas perante tradicionais fornecedores ou compradores. Os ambientes tornaram-se mais voláteis e o modo de fazer negócios alterou-se completamente até porque as motivações nacionais são igualmente outras, senão vejamos o Brexit, os USA/China, etc.
Se na primeira vaga havia que equilibrar o SNS para que este não se desequilibrasse, tombasse e levasse atras dele ainda mais vida, agora, na presença da segunda vaga há que voltar ao início, mas agora, equilibrar o SNS e a economia. Trata-se a meu ver duma equação ainda mais difícil de gerir e resolver. Se é certo que não podemos voltar a fechar as portas todas, também é certo que temos de impedir a propagação da pandemia. Aparentemente o segredo é a capacidade de adaptação das pessoas, das empresas e do governo.
É tão verdade que hoje não sabemos resposta nenhuma e parece que não temos resposta para nada. Mas há coisas que podemos fazer. Podemos fazer alguns exercícios e pensar sobre o futuro. Hoje sabemos que o consumo, a forma de consumir, a produção e a forma de produzir, já se estão a adaptar a estas novas realidades, as empresas terão de fazer o mesmo e correr ainda mais riscos, mas também é no saber aproveitar as novas oportunidades que as empresas se consolidam, resistem e perduram.
Surgem por isso mesmo oportunidades para apostar em mais IT e Formação. Comprar ou vender no on line exige pessoas mais bem formadas em áreas diferentes e exige igualmente trabalhadores multidisciplinares com competências em várias áreas do conhecimento e da empresa. Trabalhar em casa e conseguir manter o contato com as equipas em isolamento é outro desafio e as lideranças necessitam de alterar igualmente a sua forma de liderar toda a estrutura. É crucial perceber, à distância, quais os pontos mais críticos das organizações, nos quais não se pode perder o foco, mantendo “debaixo de olho” todos os outros sectores para que nenhum decline.
Por estas razões na APAT temos tido uma atenção mais perspicaz na forma e no modo como podemos apoiar os nossos associados, ora intervindo junto da Tutela, ora disponibilizando novas área da Formação, no estabelecimento de parcerias com empresas especialistas em IT e ainda consultoria e assessoria jurídica, bem necessária neste momento em que a legislação muda e altera-se de forma inesperada.
Estamos assim perante problemas transversais às organizações, desde os seus líderes, aos colaboradores, aos novos hábitos de consumo, às novas formas de transportar e disponibilizar os bens e mercadorias, manter motivados e saudáveis todos os trabalhadores, à capacidade financeira da organização e à necessidade de flexibilidade e de adaptabilidade a todas estas realidades sem nunca perder o equilíbrio, é fundamental.
Para a APAT mais uma vez fica claro que a pessoa é o grande diferencial nas organizações, seja ele o líder ou o liderado. Saber ouvir, saber antecipar, saber estar, querer arriscar, querer continuar, querer inovar, perceber onde, como e quando são no nosso entendimento o verdadeiro segredo para resistir e persistir.
Como temos vindo a referir na APAT, quantos mais formos e mais juntos estivermos mais fortes seremos e seja qual seja o futuro, juntos saberemos enfrentá-lo porque sem os Transitários o comércio Internacional fica muito mais complexo, logo cá estamos para ajudar a que nada falte aos Portugueses e para ajudar a equilibrar a nossa economia.
Nabo Martins
Presidente Executivo da APAT