A WPP e a VML apresentaram a oitava edição do estudo “The Future Shopper Report”, resultado de um questionário a 31.500 consumidores globais que compram online regularmente, pelo menos uma vez por mês. O relatório deste ano destaca novas tendências: os consumidores mostram-se mais abertos a novas experiências de compras físicas, a posição dominante dos marketplaces na jornada do cliente está a enfraquecer e o impacto de novas tecnologias como a IA está a mudar o que vendemos, como vendemos e a quem vendemos.
“Este estudo reforça as nossas análises nacionais e internacionais que demonstram uma transferência significativa da procura de produtos e serviços para canais digitais. As decisões das empresas e das marcas para se posicionarem nestes canais devem ser encaradas como um imperativo de transformação superior ao que fizeram no passado para se adaptarem ao retalho físico moderno”, afirma Gonçalo dos Santos Rodrigues, Diretor de Consultoria da VML.
As principais conclusões do relatório incluem:
- A representatividade dos gastos em canais digitais pode crescer até 60% nos próximos cinco anos.
Após apresentar um crescimento regular nas edições do estudo pós-covid, a percentagem dos gastos online face aos gastos offline dos consumidores inquiridos diminuiu de 58% para 53%.
Esta diminuição foi transversal a todos os grupos etários inquiridos, não obstante, foi na faixa etária entre os 16 aos 25 anos que a diminuição foi mais expressiva.
De todo o modo, quando questionados sobre o futuro, as expectativas são de crescimento da representatividade dos gastos em canais digitais: estima-se que, de cada 10€ gastos, 6€ sejam em canais digitais num horizonte de cinco anos.
A expectativa é transversal a todos os grupos etários, mas o maior crescimento é apresentado nos segmentos acima dos 45 anos, o que demonstra uma crescente permeabilidade ao comércio digital.
- Os dispositivos mobile são cada vez mais dominantes no comércio online
Mais de metade dos inquiridos afirma que o seu dispositivo preferido para fazer compras online é o seu smartphone, muito acima do segundo: o computador portátil que representa apenas 16%.
Ainda assim, a experiência nestes dispositivos podia ser melhor: dois terços dos inquiridos afirmam que as marcas precisam de fazer mais para cumprir as expectativas.
Dispositivos como consolas de jogos, smartwatches ou assistentes virtuais, apesar de ainda residuais, apresentam-se como alternativas para a realização de compras em canais digitais.
- Marketplaces lideram em todas as fases da jornada de consumo, mas as lojas físicas recuperaram a importância
35% dos consumidores procuram inspiração para as suas compras em marketplaces e 32% conduzem lá as suas pesquisas para comparação e escolha de produtos.
Ainda que também sejam a primeira opção para realização das compras, os Marketplaces diminuíram a representatividade face ao ano anterior em 6pp (representando agora 29%).
Apesar do domínio dos canais digitais, os canais físicos apresentaram uma recuperação junto destes consumidores, sendo que mais de metade dos inquiridos afirma que prefere marcas que tenham ambas: lojas físicas e digitais.
- Amigos, família e influencers são os principais agentes a afetar as decisões de compra
Em média, os amigos são quem mais influencia as decisões de compras. No entanto os influenciadores apresentam a liderança em audiências abaixo dos 34 anos e a família, nas audiências acima dos 45.
No que toca aos conteúdos, avaliações e reviews são os mais relevantes para a tomada de decisão online, seguidos da descrição precisa do produto, a marca, a qualidade das imagem e vídeos.
Há igualmente uma intenção de interagir com conteúdos de commerce em redes sociais: 62% dos inquiridos afirmam que tencionam fazer compras através das redes sociais no futuro.
- Preço é o principal fator para decidir comprar um produto online
Os inquiridos afirmam que o preço é o principal fator para comprar um produto online.
Não obstante, as descrições dos produtos, a capacidade de encontrar o que procuram e a conveniência das entregas são fatores relevantes.
Quando questionados quais os fatores que poderiam encorajar os consumidores a comprar produtos diretamente às marcas, a oferta de um melhor preço, a oferta da entrega, a velocidade e conveniência ou as devoluções podem influenciar as suas decisões
Fonte: WPP e VML