A Mercadona adiantou esta semana, em Valência, Espanha, que vai investir 1.800 milhões de euros em 2020, que serão utilizados principalmente para expandir a sua rede de supermercados, incluindo a abertura de 10 lojas em Portugal. Igualmente, o retalhista planeia continuar a fortalecer e a optimizar a sua rede logística com a renovação e abertura de novos blocos logísticos e continuar a dedicar recursos significativos à transformação digital e à abertura de um novo armazém online (Colmeia) em Getafe (Madrid). Para todos estes projectos, a empresa criará mais de 2.000 empregos no próximo ano, entre Espanha e Portugal.
Estas informações foram divulgadas numa conferência de imprensa onde o retalhista apresentou os resultados de 2019. De salientar que o retalhista espanhol registou uma melhoria nas vendas consolidadas em superfície constante de 5%, no valor de 25.500 milhões de euros. A Mercadona foi responsável pela criação de 4.200 novos postos de trabalho, dos quais 600 em Portugal, perfazendo um total de 90.000 colaboradores, conseguiu estabelecer uma rede de 1.636 supermercados (10 em Portugal) e um total de 1.400 fornecedores especialistas, 300 dos quais em Portugal.
2019 ficou ainda marcado pela inauguração do seu primeiro supermercado em Portugal, em Canidelo, Vila Nova de Gaia, tornando realidade o seu processo de internacionalização iniciado em 2016. O ano passado, a empresa investiu em território português 150 milhões de euros na abertura das lojas, na aquisição de novos terrenos e no arranque do Bloco Logístico da Póvoa de Varzim, entre outros. De salientar, que em Portugal a Mercadona atingiu uma facturação total superior a 32 milhões de euros
Aposta numa logística mais sustentável
O retalhista reforçou o seu compromisso com a defesa do meio ambiente, através de um investimento de 44 milhões de euros em 2019. Apesar de aplicar os princípios da economia circular nos seus processos, a empresa «está consciente de que há ainda muito a melhorar».
A Mercadona está focada para que os processos internos da empresa tenham cada vez menos impacto ambiental, assim como procura encontrar soluções que tenham em conta o factor ecológico. «Os esforços estão centrados numa logística sustentável, na eficiência energética, na gestão de resíduos e na redução do plástico», explica em comunicado.
A logística sustentável, cujo objectivo é aumentar a eficiência e a sustentabilidade da frota de transporte, envolve o uso de combustíveis menos poluentes e novas tecnologias para a gestão e planeamento de rotas de abastecimento. A empresa «melhorou significativamente» a eficiência energética, graças à redução das emissões de gases de efeito estufa, ao desenvolvimento do plano de substituição de gases refrigerantes em todas as suas instalações e à gestão adequada da água.
Estão ainda a ser feitos esforços significativos para reduzir plásticos e resíduos. Nesse sentido, procedeu à eliminação completa do saco plástico descartável da linha de caixas, que foi substituído por três sacos reutilizáveis e todos sustentáveis: o saco de ráfia, o saco de papel reutilizável e reciclável e o saco plástico reciclável feito de plástico reciclado proveniente dos processos internos da Mercadona. Esta última acção permitiu dar um novo uso a mais de 8.000 toneladas de plástico por ano e soma-se a outras ações, como a incorporação de plástico recuperado dos usos agrícolas na linha de lar e limpeza doméstica Bosque Verde, que a Mercadona iniciou em colaboração com seu fornecedor SP Berner, há 10 anos.
Estas iniciativas fazem «parte de um projecto ambicioso», cujo objectivo é «repensar o papel do plástico nos processos da cadeia agro-alimentar da Mercadona e dos seus fornecedores, avançar em direcção aos objectivos da economia circular e incentivar o desenvolvimento de novos materiais de embalagens», conclui o retalhista.