Mercado imobiliário: Setor industrial & logística tem apresentado uma “dinâmica assinalável”

As previsões da Dils para o fecho do ano relativamente ao volume de investimento do mercado imobiliário para o ano de 2025 indicam que o mercado ocupacional de industrial & logística tem apresentado uma “dinâmica assinalável”, demonstrando níveis de ocupação variáveis ao longo dos últimos 5 anos, fruto do desequilíbrio entre a oferta e a procura e restringidos pela qualidade diminuta do stock existente.

Deste modo, espera-se que o ano termine com um volume de área ocupada de cerca de 550.000 m², abaixo dos quase 800.000 m² fechados no ano passado, que foi um ano recorde, mas em linha com o ocorrido em 2021 e 2022.

Segundo a análise “tem-se assistido a um nível de ocupação bastante positivo nos projetos que vêm a mercado, por serem novos e responderem às características técnicas e de ESG dos ocupantes, existindo um gap significativo entre estes projetos e o stock existente”.

Considerando as elevadas taxas de ocupação nos diversos sub-mercados, a tendência dos últimos anos de pré-ocupação dos inquilinos nos projetos operacionalmente elegíveis mantém-se muito ativa. As rendas mantiveram-se estáveis, embora com uma pressão de subida, fruto do aumento da qualidade do stock existente e das elevadas taxas de ocupação.

O segmento de retalho em Portugal apresenta elevados níveis de maturidade, o que se traduz num stock de centros comerciais de elevada qualidade e bom desempenho, fator que tem levado ao regresso deste segmento ao radar dos investidores. Tem existido uma grande preocupação na remodelação, expansão e curadoria do tenant mix e das experiências destas estruturas.

Do mesmo modo, continuou a observar-se a expansão dos retail parks no país, destacando-se a abertura do Nova Retail Park, em Portimão, e do Felgueiras Retail Park, com vários outros projetos em desenvolvimento, bem como a expansão do segmento de supermercados, com um forte plano de crescimento da Mercadona.

No comércio de rua manteve-se o dinamismo da procura, ainda que condicionado pela escassez de oferta em zonas prime que cumpram os requisitos mais exigentes dos retalhistas. Ainda assim, 2025 registou a abertura de importantes marcas, como a Eleventy Milano na Av. Da Liberdade, da Sephora na Rua Augusta e da Wells, Massimo Dutti e New Balance no Chiado, em Lisboa, bem como a David Rosas, Pandora e a Primor, no Porto.

Destaca-se ainda o dinamismo do setor da restauração ao longo do último ano, com a abertura de várias unidades de marcas nacionais e internacionais. As rendas mantiveram-se estáveis ao longo do ano.

O setor hoteleiro continua a registar níveis sólidos de desempenho operacional, sustentados pelo crescimento contínuo dos preços médios por quarto (ADR) e pelo consequente aumento das receitas por quarto disponível (RevPAR). Este desempenho verifica-se, apesar de uma relativa estabilização das taxas de ocupação, que permanecem ainda abaixo dos níveis observados no período pré-pandemia.

Em Lisboa, observou-se um crescimento de 1% tanto na taxa de ocupação, que atingiu os 74%, como no ADR, que se fixou nos 177 euros, resultando num aumento de 2% do RevPAR.

No Porto, a taxa de ocupação manteve-se estável nos 69%, enquanto o ADR registou um crescimento de 2% para 133 euros, refletindo-se igualmente numa subida de 2% do RevPAR, que alcançou os 91 euros.

Ao nível da oferta, em 2025, foram inaugurados 25 novos hotéis em Portugal, correspondendo a um acréscimo de 2.688 quartos, um volume em linha com o registado no ano anterior.

 

Fonte: Dils

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