A Jungheinrich AG acolheu em Hamburgo, no passado dia 30 de Janeiro, a imprensa internacional para o seu “Innovations & Highlights 2020”. Neste encontro único que transportou os jornalistas para um ambiente de inovação, a empresa abordou os desafios que se avizinham, as suas apostas e as mais recentes novidades tecnológicas.
Christian Erlach, Member of the Board of Management, Marketing & Sales da Jungheinrich AG, falou na conjuntura internacional e dos vários riscos actuais que «certamente irão causar um abrandamento ao nível do negócio». Esse abrandamento, pode vir a «complicar-se com a actual crise do coronavírus», disse o responsável, que apesar de estar a atingir principalmente a China, já se espalhou para vários outros países. «Este já causou alguma disrupção na logística devido ao encerramento de ligações de transportes que foram suspensas e pelo isolamento de várias cidades na China. Neste momento ainda não é possível prever o seu impacto, que será pequeno se como dizem os especialistas estivermos próximos do pico das infecções, mas se se prolongar por muito mais tempo pode ter consequências mais graves e afectar de forma mais séria o crescimento económico», rematou.
Apesar de um contexto menos favorável, a Jungheinrich está a aprofundar e a cimentar a sua posição como empresa fornecedora de soluções para intralogística, até pelo conjunto de investimentos que tem vindo a efectuar, nomeadamente ao nível da digitalização, automatização e tecnologia de iões de lítio.
Neste contexto, foi referido, por exemplo a criação, em 2019, da JT Energy, uma parceria com a Triathlon, que visa expandir a capacidade de produção de baterias com a tecnologia de iões de lítio e sistemas de carregamento. Esta fábrica, instalada perto de Dresden, na Alemanha, permite à empresa alemã ter uma posição importante no fabrico destas baterias conseguindo adaptá-las a cada uma das suas gamas de produtos, permitindo assim um melhor desempenho dos seus equipamentos. Sendo o ambiente uma das prioridades da Jungheinrich, esta fábrica, vai produzir a sua própria energia através de painéis solares, reduzindo assim a pegada de carbono do fabrico das suas baterias.
As vantagens das baterias com tecnologia de iões de lítio, comparativamente às baterias convencionais de chumbo-ácido, «são enormes» e vêm ao encontro das preocupações relacionadas com a eficiência energética e de desempenho ao incluir tempos de carregamento rápidos, isenção de manutenção e uma longa vida útil.
Empilhadores eléctricos são o futuro
Os empilhadores eléctricos são a tendência clara da intralogística. Em todos os mercados internacionais verifica-se a “passagem” dos empilhadores térmicos para os eléctricos. Desta forma, a Jungheinrich deu um passo de gigante e apresentou a sua grande novidade, que só chegará ao mercado no próximo ano. O novo modelo contrabalançado P30i tem características que vão permitir que pela primeira vez um empilhador eléctrico possa substituir um empilhador térmico, ao ser capaz de operar em três turnos, sem perda de performance. Para tal, será necessário o recurso aos novos carregadores SLH 400i, nas versões 17 ou 34 Kw.
Como explicou a empresa, o “custo” criava alguma resistência à adopção de empilhadores eléctricos. Contudo, o cenário vai mudar. «As limitações e preocupações ambientais vão fazer com que as máquinas térmicas fiquem mais caras e juntando-se o facto do custo da manutenção dos equipamentos eléctricos ser mais baixo, estes últimos vão ser uma escolha mais assertiva». Pelo que, a Jungheinrich considera que o modelo P30i vai ser o novo benchmark do mercado na troca de térmicos por eléctricos, pois o total cost of ownership do eléctrico vai ficar 25% mais barato que um térmico.
O P30i possui uma velocidade de elevação 25% maior que a dos empilhadores eléctricos clássicos. Para além disso, devido às baterias de iões de lítio, a Jungheinrich conseguiu uma economia significativa de peso em comparação com os empilhadores convencionais movidos a bateria. «Isto permite aumentar a agilidade do equipamento na operação e, ao mesmo tempo, reduz o consumo de energia».
Com o EFG P30i, a Jungheinrich define o caminho da intralogística de economia de recursos. Uma vez que comparado a um equipamento a diesel, o empilhador de iões de lítio não emite gases, reduzindo assim a pegada de carbono. A Jungheinrich fala numa redução de cerca de 52% de CO2 ao longo da vida útil de um EFG P30i.
No entanto, e como «há empresas que ainda se sentem mais confortáveis com os equipamentos térmicos», a Jungheirich apresentou dois novos modelos premium. Estes têm motores Kobota, e no caso dos equipamentos a diesel vêm equipados com filtro de partículas.
«Um passo à frente» das tendências da Intralogística
A digitalização e a automatização são já uma realidade, com a Jungheirich a afirmar estar atenta ao que se passa no mercado não só ao nível de empilhadores automatizados, para funções de picking adaptados a diferentes indústrias, bem como às tecnologias como o IoT, etc.
Na conferência foram apresentadas várias soluções de Automated Guided Vehicles (AGV) nomeadamente o modelo ERC 213a. Neste modelo as baterias são de iões de lítio e vêm equipados com um novo sistema de protecção que cumpre a norma ISO04/2020.
Estes AGV, conseguem integrar-se na operação do cliente, pois são feitos à sua medida. Trata-se de equipamentos destinados a smart factorys e têm capacidade para arrumar produtos em 2400 localizações diferentes.
Assim, para apresentar ao mercado as suas inovações, a Jungheinrich anunciou que irá marcar mais uma vez presença na LOGIMAT 2020 onde apresentará soluções em rede para o armazém do futuro num espaço de 1.164 m², no pavilhão 9, stand B05.
A Logística Moderna viajou a convite da Jungheinrich AG.
Pode ler a reportagem completa na edição de Janeiro/Fevereiro de 2020