Um novo estudo atribui à Inflation Reduction Act e à Chips and Science Act o grande aumento de produção industrial nos EUA tanto por empresas americanas como estrangeiras. O aumento no emprego com origem nas iniciativas de reshoring e investimento direto estrangeiro (IDE) em 2022 atingiram um novo recorde de 364.000 empregos, um aumento de 53% em relação ao ano anterior, de acordo com o Reshoring Initiative’s 2022 Data Report.
“Publicamos estes dados trimestralmente para mostrar às empresas que os seus pares estão a conseguir realizar com sucesso iniciativas de reshoring e que deveriam reavaliar as suas decisões de sourcing e siting”, afirmou Harry Moser, fundador e presidente da Reshoring Initiative.
Garantir a produção de equipamento elétrico foi a principal preocupação da indústria, “os investimentos dos EUA em chips e baterias EV foram responsáveis por 53% dos anúncios de emprego em 2022”, de acordo com o estudo. “As baterias de veículos elétricos foram o produto que mais ações de reshoring/IDE sofreram em 2022”.
Os principais factores impulsionadores desta tendência foram os incentivos governamentais, mão-de-obra qualificada e riscos de interrupção para as cadeias de abastecimento. Entre 2010 e 2022, a Ásia foi responsável por 72% das iniciativas de reshoring, tendo também ultrapassado a Europa em termos de IDE durante o mesmo período de tempo.
A Reshoring Initiative espera que em 2023 e 2024 esta tendência se mantenha forte, dando origem à criação de cerca de 350.000 empregos por ano. Na sua lista de fatores suscetíveis de abrandar o reshoring e o IDE, a causa número um é a continuação da escassez de mão-de-obra, fazendo eco das preocupações de muitas empresas ansiosas por encontrar mão-de-obra qualificada. Outros fatores nomeados são a elevada taxa de inflação, a falta de investimentos em automatização e aumento da capacidade industrial noutros países.
Em termos gerais pode afirmar-se que a taxa de criação de empregos em 2022 aumentou quase 6,000% em relação a 2010. “Se a atual trajetória continuar, os EUA irão reduzir o défice comercial, adicionar empregos e tornar-se mais seguros, mais auto-suficientes e resilientes”. Embora haja incertezas, o relatório conclui que se pode estar cautelosamente otimista no que toca a enfrentar os desafios que ainda estão para vir.
“Embora esta tendência ascendente esteja a sustentar a atual dinâmica, em determinado momento as empresas tornar-se-ão mais focadas no cumprimento dos compromissos já assumidos antes de anunciarem mais. Poderemos assistir a um aumento de criação de postos de trabalho em empresas de contract manufacturing em empresas de menores dimensões, uma vez que estas ajudam as grandes empresas/investidores a cumprir os objetivos estabelecidos. Existe também a esperança de que as atuais melhorias na cadeia de abastecimento facilitem a expansão de oportunidades para mais sectores industriais que anteriormente não conseguiam justificar a produção local”, conclui Harry Moser.