Esta sexta-feira, os EUA aumentaram as tarifas de importação de produtos chineses em 200 mil milhões de dólares, o que levou Pequim a prometer retaliar e aumentou as hipóteses de uma guerra comercial entre as duas superpotências económicas do mundo.
Às 12h01 de sexta-feira (hora de Washington), as tarifas sobre produtos chineses aumentaram de 10% para 25%, depois de conversas de última hora na quinta-feira entre o vice-primeiro ministro chinês Liu He e o representante comercial dos EUA Robert Lighthizer terem falhado meses de negociações.
O Ministério do Comércio da China disse em comunicado pouco antes de as tarifas terem entrado em vigor: “O lado chinês lamenta profundamente que tenha que tomar as contramedidas necessárias”. “Espera-se que os EUA e a China trabalhem juntos para resolver os problemas existentes por meio de cooperação e consultas”, afirmou, observando que “negociações económicas e comerciais de alto nível” estão em andamento. Os dois lados tinham previsto retomar as negociações em Washington esta sexta-feira.
O aumento das tarifas aplica-se apenas a mercadorias que saiam da China após o prazo e entrará em vigor somente quando as mercadorias chegarem aos EUA, o que pode levar semanas, deixando espaço para negociações.
No entanto, os investidores enfrentam agora a perspectiva de uma guerra comercial prejudicial, que muitos temem que possa desestabilizar e desacelarar a economia global e aumentar as tensões entre as duas superpotências.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou que uma guerra tarifária representa uma “ameaça à economia global” e pediu uma resolução rápida. “Como dissemos antes, todos perdem com um conflito comercial prolongado”, disse o porta-voz do FMI, Gerry Rice.