Apesar das incertezas actuais é certo que a crise pandémica tem vindo a afectar a vida dos europeus e a aumentar as incertezas sobre o futuro, obrigando-os a adaptarem-se economicamente e a mudarem os seus hábitos de consumo. Esta é uma conclusão do estudo “Consumo pós-confinamento”, apresentado pelo Oney Bank que analisa o comportamento do consumidor desde o início da pandemia da COVID-19, em cinco países europeus – Portugal, França, Itália, Espanha e Alemanha.
Um dos dados analisado foi a mudança de hábitos de consumo, verificando “um verdadeiro boom” nas compras online durante o confinamento. Os espanhóis (67%), os italianos (66%) e os portugueses (62%) revelaram ser os maiores compradores online, segundo o estudo. Nestes últimos tempos, os portugueses compraram online maioritariamente bens alimentares (33%), vestuário (27%) e usaram o serviço click&collect ou drive-throughs alimentares (25%).
Espera-se que esta tendência seja duradoura: a longo prazo, 67% dos portugueses e 65% dos franceses pretendem continuar a fazer as suas compras online em itens de cultura, 68% dos italianos pretendem fazer o mesmo com eletrodomésticos, 67% dos espanhóis pretendem fazê-lo em viagens e férias, e 62% dos alemães pretendem comprar medicamentos e produtos de saúde on-line. Contudo, 2 em cada 3 dos europeus afirmam que ainda preferem comprar na loja, neste caso, 81% dos inquiridos portugueses ainda mantém esta preferência.
Relativamente às expectativas sobre os rendimentos, um em cada quatro consumidores europeus acredita que a crise de saúde pública afectará os seus rendimentos. No caso de Portugal, cerca de 31% dos entrevistados espera uma diminuição de rendimentos nos próximos seis meses, enquanto 14% dos Portugueses inquiridos acima dos 35 anos diz esperar que os seus rendimentos aumentem antes do fim de 2020. No caso dos bens não essenciais, se os rendimentos diminuírem nos próximos seis meses, 74% dos portugueses referem que a primeira despesa a cortar será no orçamento para a época natalícia, seguida dos produtos de electrónica (71%) e das despesas com mobiliário ou decoração (70%). Devido à crise, 54% dos consumidores portugueses não têm intenção de aumentar os seus gastos.
Das pessoas inquiridas, 1 em cada 3 quer recorrer mais frequentemente a soluções de financiamento. O pagamento fraccionado é a opção mais popular, antes do pagamento diferido. 31% dos portugueses afirmam que pretendem utilizar esta solução nos próximos seis meses e 24% preferem pagamento diferido.