Embora não seja um grande aumento, este é bem-vindo. De acordo com o “annual holiday retail forecast report” da Delloite a previsão de vendas no período de fim de ano (Novembro – Janeiro) pode variar entre 1% a 5% no mercado norte americano ou seja entre os 1.147 e 1.152 mil milhões de dólares.
Por sua vez nas vendas no e-commerce, a expectativa é que subam entre os 25% e os 35%, no período 2020-2021, comparativamente com o aumento de 14.7% em 2019. Assim espera-se que as vendas no comércio online atinjam os 182 a 196 mil milhões de dólares neste período de fim de ano.
«O facto das projecções serem mais baixas neste período não é de estranhar dado o estado da economia. Embora o desemprego esteja alto e a ansiedade económica vá impactar o total das vendas, o facto da pandemia ter levado muitos consumidores a reduzir o seus gastos em restaurantes e viagens pode vir a contribuir para aumentar as vendas no período de fim de ano,» afirmou Daniel Bachman, o responsável pelas previsões para o mercado norte-americano. «O e-commerce é capaz de vir a ser um grande vencedor uma vez que os consumidores têm mostrado uma inclinação para comprar online em vez de recorrem às lojas».
Dois cenários possíveis
O período de fim de ano que se aproxima vai ser marcado por grande incerteza. Tendo este facto em atenção a equipa da Delloite responsável pelo retalho e distribuição, pensam que em matéria de vendas se pode vir a assistir a dois cenários: um aumento estável de ano para ano (0% a 1%) ou um salto significativo (2.5% a 3.5%), sendo que qualquer destes cenários fica abaixo do ano transacto, ou seja, vamos estar perante uma recuperação em forma de K (recuperação desigual em certos sectores podem crescer bastante mais que outros). A previsão formal que aponta para um crescimento entre 1% e 1.5% é o resultado da fusão das duas previsões.
«Este ano, vamos ser confrontados com um destes cenários. Independentemente do cenário, os consumidores vão estar focados na saúde, preocupações financeiras e segurança o que vai implicar mudanças na forma como vão realizar os gastos no período de fim de ano,» afirmou Rod Sides, vice-presidente da Delloite LLP, e líder do sector de retalho e distribuição. «Para os retalhistas, o período das festas de fim de ano, vai continuar a forçar os limites da importância do online, conveniência e do papel das lojas (físicas) e da importância criíica de se fazerem entregas rápidas e seguras.»
Caso o primeiro cenário de concretize, significa que os consumidores vão continuar a sofrer de ansiedade relacionada com aspectos financeiros e saúde. Esta falta de confiança pode ser causada por uma variedade de factores, incluindo o termo de subsídios e seguros de desemprego, manutenção do encerramento das escolas, inexistência de uma vacina eficaz e aumento do número de desempregados. Isto poderia reforçar a actual tendência para valores de poupança elevados. A actual taxa de poupança (17.8%) é o dobro da do ano passado (7.4%). Num cenário destes os consumidores estarão menos dispostos a gastar muito do período de fim de ano, reservando os seus rendimentos para artigos não discricionários.
Por sua vez, no caso de se verificar o segundo cenário, isso vai significar que os consumidores estão a recuperar a confiança. Este aumento de confiança pode ser o resultado também de vários factores, legislação federal para mitigar os efeitos da pandemia, que inclua mais apoios aos desempregados, a expectativa do aparecimento de uma vacina eficaz. Como os consumidores fizeram poupanças importantes em viagens e experiências (restaurantes, etc.) estas podem ser canalizadas para ofertas / prendas na altura do fim de ano.