Os ataques dos Houthisi à navegação do Mar Vermelho, na passada terça-feira, 9 de janeiro, foram a gota de água que levou o Presidente Joe Biden a dar luz verde às forças militares dos EUA para avançarem com os ataques de quinta-feira, a 11 de Janeiro, apesar de os preparativos já estarem em curso há algum tempo, segundo fontes militares.
No ataque referido, os rebeldes Houthis do Iémen dispararam a maior barragem de sempre com drones e mísseis contra a navegação no Mar Vermelho, obrigando as marinhas dos Estados Unidos e do Reino Unido a abater os projéteis num importante combate naval, informaram as autoridades na passada quarta-feira. O Comando Central das Forças Armadas dos EUA disse que o “ataque complexo” lançado pelos Houthis incluía drones com bombas, mísseis de cruzeiro anti-navio e um míssil balístico anti-navio. Segundo a mesma fonte, 18 drones, dois mísseis de cruzeiro e o míssil anti-navio foram abatidos por F-18s do USS Dwight D. Eisenhower, bem como pelos destroyers americanos da classe Arleigh Burke USS Gravely, USS Laboon e USS Mason, bem como pelo HMS Diamond do Reino Unido. Foi ainda afirmado que este é foi 26º ataque Houthi às rotas de navegação comercial no Mar Vermelho desde 19 de novembro, mas não foram registados feridos ou danos.
O ataque dos Houthis, apoiados pelo Irão, ocorreu apesar da votação do Conselho de Segurança das Nações Unidas, prevista para quarta-feira, para condenar e exigir a suspensão imediata dos ataques dos rebeldes, que afirmam que os seus ataques têm como objetivo travar a guerra de Israel contra o Hamas na Faixa de Gaza. No entanto, os seus alvos têm cada vez menos – ou nenhuma – ligação a Israel e põem em perigo uma rota comercial crucial que liga a Ásia e o Médio Oriente à Europa.
Os Houthis, são um grupo xiita que ocupa a capital do Iémen, Sanaa, desde 2014, mais tarde reivindicaram a responsabilidade pelo ataque numa declaração feita pelo porta-voz do grupo rebelde, Brigadeiro-General Yahya Saree. Saree afirmou que o ataque “visava um navio americano que estava a prestar apoio à entidade sionista”, sem fornecer mais informações. Também o descreveu como uma “resposta inicial” ao facto de as tropas americanas terem afundado navios Houthis e matado 10 combatentes rebeldes na semana passada. Continuou afirmando que “tencionam continuar a impedir que os navios israelitas ou aqueles que se dirigem aos portos da Palestina ocupada naveguem no Mar Vermelho até que a agressão cesse e o cerco aos seus irmãos na Faixa de Gaza termine.”
O Mar Vermelho liga o Médio Oriente e a Ásia à Europa através do Canal do Suez e do estreito de Bab el-Mandeb. O estreito tem apenas 18 milhas de largura no seu ponto mais estreito, o que limita o tráfego a dois canais um para entrar e outro para saída. Cerca de 10% de todo o petróleo comercializado por mar passa por este estreito e estima-se que 1 bilião (trilião para os EUA) de dólares em mercadorias passem pelo estreito anualmente.
As forças dos EUA e da coligação atingiram mais de 60 alvos em 16 locais de militantes Houthis apoiados pelo Irão, disse o Comandante Central das Forças Aéreas dos EUA, Tenente-General Alex Grynkewich. Os meios Houthis incluíam nós de comando e controlo, munições, depósitos, sistemas de lançamento, instalações de produção e sistemas de radar de defesa aérea, acrescentou. Os ataques são um sinal do crescente alarme internacional sobre a ameaça a uma das vias navegáveis mais importantes do mundo