A chegada da Black Friday marca o início de uma das épocas em que mais compras online são realizadas. Mais de metade dos portugueses, 55% revela um estudo recente, pretendem aproveitar este período para realizar as suas compras e em muitos casos antecipar as compras natalícias e tomar vantagem dos preços mais baixos.
Estes volumes de vendas fazem com que todos os setores envolvidos neste período crucial – e-commerce, logística, etc. – observem um aumento nas ciberameaças devido à grande lucratividade que os criminosos podem obter ao realizar seus ataques. Especificamente, os especialistas da fsafe, a unidade de cibersegurança da Fibratel, alertam para os ciberataques na cadeia de abastecimento, que podem colocar em risco datas tão importantes para o comércio como a Black Friday.
“Segundo vários estudos, a cadeia de abastecimento estará em primeiro lugar nas ameaças de cibersegurança até 2030, e prevê-se que, até 2025, os ataques afetem 45% das empresas deste setor. Isso evidencia o risco enfrentado por estas empresas, que se intensifica em épocas em que as compras online e os envios aumentam consideravelmente”, explica Jordi Rubió, consultor de cibersegurança da fsafe, do grupo Fibratel.
Concretamente, espera-se um aumento nos envios de cerca de 7% durante a época da Black Friday e Natal, o que se traduz numa média de 3,7 milhões de remessas por dia.
Apesar dos grandes movimentos de compra e venda, a cadeia de fornecimento enfrenta graves ciberataques, tornando-se um dos principais desafios para a cibersegurança. Estas ameaças podem resultar em interrupções no serviço, afetando as vendas; problemas na gestão de inventário que podem ter impacto no reabastecimento de produtos e, novamente, afetar diretamente as vendas; e até mesmo dar origem ao roubo de dados de clientes.
“As consequências de um ciberataque à cadeia de abastecimento não afetariam apenas as empresas em termos económicos e de imagem de marca, mas também os próprios utilizadores. Além de não conseguirem realizar a compra ou recebê-la, também podem tornar-se vítimas de fraudes ou sofrer a exposição de dados pessoais”, assegura Jordi Rubió da Fibratel.
Proteger a cadeia de abastecimento
O phishing e os ataques de negação de serviço são os ciberataques mais comuns que o setor enfrenta nestas datas cruciais. Conhecer os riscos é de suma importância para implementar as soluções que melhor se adaptem a cada caso em particular.
Nesse sentido, os especialistas da fsafe apostam no Zero Trust como o presente e futuro da cibersegurança, incluindo também a das cadeias de abastecimento, devido à sua condição particular de ser um ambiente em que estão envolvidos múltiplos atores e fornecedores externos. Este modelo, em vez de assegurar a localização, como tradicionalmente acontece, verifica cada pedido de acesso, independentemente da origem, garantindo que apenas os utilizadores e dispositivos corretos tenham acesso a esses dados específicos.
“Num setor em que interagem diferentes intervenientes, como é o caso da cadeia de abastecimento, este modelo ganha maior importância ao basear-se na premissa de não confiar automaticamente em nada, nem mesmo em utilizadores internos e dispositivos de uma rede de confiança. As empresas devem contar com um sistema que ajude a prevenir ciberataques em qualquer época, mas ainda mais em momentos em que os benefícios para as empresas são mais evidentes, como é o caso da temporada de Black Friday e Natal”, conclui Jordi Rubió da Fibratel.