Centromarca manifesta preocupação com tarifas e pede medidas para proteger o mercado único

Em linha com a posição defendida pela AIM, a Associação Europeia de Marcas, a Centromarca – Associação Portuguesa de Empresas de Produtos de Marca – manifestou “a sua profunda preocupação, na sequência do anúncio feito pelo Governo dos Estados Unidos da América”, com uma tarifa generalizada de 20% sobre todos os bens exportados da União Europeia (UE) para os Estados Unidos.

Segundo a associação: “Esta medida unilateral corre o risco de agravar as já frágeis relações comerciais a nível mundial e não trará qualquer benefício para os consumidores de ambos os lados do Atlântico. O sector dos bens de consumo é um dos pilares económicos da Europa, com 39% da sua produção – avaliada em 175 mil milhões de euros – destinada à exportação para além das fronteiras da UE.”

Estas novas tarifas representam uma” séria ameaça para a saúde e a competitividade da indústria europeia. As marcas representadas pela Centromarca e pela AIM, que já operam num clima de volatilidade persistente da cadeia de abastecimento, enfrentam agora mais incerteza e perturbações”.

Tal como salientado no último Barómetro de Bens de Consumo da AIM, as empresas estão a navegar “numa complexa teia de instabilidade global”. O espetro de uma guerra comercial internacional em 2025 só vem amplificar estes desafios. Neste contexto, a “força e a integridade do mercado único da UE nunca foram tão essenciais. Com 276 mil milhões de euros de mercadorias a circular anualmente na UE, é imperativo que os esforços para melhorar o bom funcionamento do mercado único continuem a ser uma prioridade”.

A Centromarca e a AIM instam as instituições da UE e os Estados-Membros a concentrarem-se novamente na salvaguarda do mercado único, “eliminando os obstáculos existentes e assegurando um ambiente comercial justo para todos os produtores das cadeias de abastecimento vitais da Europa”. As prioridades legislativas devem ser vistas através de uma lente de gestão de crises. “A concentração estratégica e a agilidade serão cruciais para garantir que os recursos públicos e privados sejam utilizados de forma eficaz para proteger o tecido económico da Europa.”

“Em linha com o que tem sido defendido pela AIM, a Centromarca insta o Governo e a Comissão Europeia a considerar as implicações profundas que o estabelecimento de tarifas retaliatórias possa ter no valor da indústria dos bens de consumo. Muitos dos setores potencialmente atingidos pelas tarifas são representativos de marcas acarinhadas por consumidores portugueses, europeus e globais. Espera-se que o nosso Governo e a Comissão Europeia possam dar prioridade à diplomacia e encontrem soluções benéficas que previnam danos maiores para os consumidores, as marcas e a competitividade do setor”, diz Nuno Fernandes Thomaz, Presidente da Centromarca.

“Acima de tudo, os fabricantes de marcas europeias reafirmam o seu compromisso inabalável para com os consumidores europeus. Desde a pandemia de COVID-19 até à guerra na Ucrânia e ao aumento da inflação, a nossa indústria tem estado sempre ao lado dos consumidores durante as adversidades. Voltaremos a fazê-lo. Trabalhando de forma colaborativa em todas as nossas cadeias de valor, pretendemos minimizar as perturbações e manter o acesso a marcas apreciadas e de confiança,” declara Michelle Gibbons, Diretora-Geral da AIM.

 

Comunicado Centromarca

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