CBRE apresenta estudo sobre millennials
22 de Novembro de 2016
Os millennials estão na vanguarda da utilização de tecnologia e esse facto acaba por redefinir a forma como fazem compras. No entanto, contrariamente às expectativas, 70% dos millennials preferem comprar numa loja, mesmo quando têm a hipótese de comprar online – algo que não deverá mudar dramaticamente no futuro – de acordo com o novo estudo “Millennials: mitos e realidades” da CBRE.
A CBRE levou a cabo um dos mais exaustivos e detalhados estudos globais, um projecto onde foram entrevistados 13.000 millennials com idades entre os 22 e os 29 anos, de 12 países diferentes, para avaliar como vivem, trabalham e se divertem e o seu impacto nas tendências futuras do mercado imobiliário. Os millennials são a primeira geração num mercado verdadeiramente digital. Este acesso imediato a qualquer parte do mundo online está na base de uma crescente crença de que a satisfação imediata é algo que deve ser alcançado em todos os aspectos da vida.
Quase metade dos inquiridos quer aceder a um produto de forma imediata. Os millennials querem poder ver, tocar, sentir e testar o produto na loja. Muito embora 27% das compras sejam realizadas online pela maioria dos millennials, a popularidade das compras online varia dramaticamente de país para país devido às diferentes dinâmicas do retalho. Em países onde existem redes de retalhistas internacionais bem estabelecidas, é provável que a penetração online seja mais elevada que em países onde os retalhistas são locais. .
Quando o comprador millennial faz uma compra online, ele pretende que o produto seja entregue em casa. Uns significativos dois terços das pessoas referem preferir a entrega em casa, seguido da entrega no local de trabalho e da opção ‘click and collect’ (recolha num local estipulado) como terceira escolha. O lazer é ainda uma parte cada vez mais importante da vida dos millennials e 50% do seu rendimento é canalizado para refeições fora de portas, compras, cinema e espectáculos. As conclusões do relatório revelam ainda que esta geração de jovens adultos enfrenta desafios significativos na procura de locais para viver com preços equilibrados.
Este facto fica a dever-se ao elevado custo dos imóveis e das rendas, argumento a que se junta a instabilidade profissional. Quase metade (49%) dos inquiridos entrevistados vive ainda com os seus pais, e 74% refere que os seus ordenados não acompanham o preço do mercado imobiliário, o que constituiu uma das principais razões por ainda viverem com a família. Um total de 65% indicou que optam pelo arrendamento ao invés da aquisição de casa por causa de circunstâncias financeiras.
O estudo aborda ainda as pretensões dos millennials no que respeita ao emprego. Um total de 64% considera-se afortunado por ter emprego e deseja trabalhar para um reduzido número de empresas durante a sua carreira. No entanto, o nível de lealdade para com a empresa não é elevado e os colaboradores estão dispostos a mudar de trabalho, caso haja melhores oportunidades quanto a salário, formação, desenvolvimento profissional e oportunidade de trabalhar com pessoas com o mesmo tipo de interesses.
De acordo com o estudo da CBRE, 78% dos inquiridos olham para a qualidade do seu local de trabalho como um factor chave quando escolhem uma empresa onde trabalhar. O salário e os benefícios continuam a ser os principais factores para escolha de emprego, mas se removermos o dinheiro da equação, o equilíbrio trabalho/vida pessoal sobressai juntamente com outros factores como bom ambiente no local de trabalho. Na verdade, 69% dos inquiridos indicam que não se importariam de abdicar de outros benefícios em prol de um melhor ambiente de trabalho, sublinhando a crescente pressão que recai sobre as empresas quando se fala em atrair e manter talentos de topo.