A poucos dias da votação final do Parlamento Europeu sobre o regulamento que estabelece a norma de emissões de CO2 para novos veículos pesados, a NGVA Europe apela à inclusão urgente de uma metodologia que possa traduzir a neutralidade tecnológica na legislação. O gás renovável «está pronto para desempenhar um papel fundamental no apoio ao processo de descarbonização do setor de serviços de transporte pesados», pelo que deve ser incorporado no quadro legislativo Europeu.
Segundo o organismo: «A Europa precisa de um quadro legislativo aberto, onde todas as soluções que contribuem para a descarbonização do sector dos transportes e para o alcançar dos objetivos de qualidade do ar possam ser avaliadas em termos justos.»
Para alcançar as metas de 2030 atualmente em discussão, as tecnologias de motores e veículos, em combinação com combustíveis de baixo carbono e renováveis, têm de desempenhar, ainda, um papel “importante” no setor de serviços de transporte pesados. «Mas a atual metodologia de emissões de gases de escape de CO2 deve ser complementada para considerar a contribuição do bio e gás renovável».
A associação adianta que é necessário introduzir combustíveis limpos e renováveis, como bio-CNG e bio-LNG, para iniciar o processo de descarbonização, usando as soluções técnicas adequadas a cada uma das diferentes necessidades de transporte. As tecnologias de GNV e GNL podem abranger todas elas: desde a mobilidade urbana até o transporte de mercadorias de longa distância.
Neste sentido, a NGVA Europe aponta alguns dados sobre o uso de gás natural e renovável, ao nível de oportunidades ambientais e de mercado:
• Na base Well-to-Wheel, o bio-CNG e o bio-LNG proporcionam uma redução global de CO2 de 80% a 95% (em comparação com os combustíveis convencionais) quando se utiliza gás renovável gerado pelos resíduos municipais ou energia-para-gás respetivamente.
• Ao produzir biometano a partir de dejetos líquidos, a redução de CO2 pode até chegar a 180% (em comparação aos combustíveis convencionais). Neste processo, o metano que deveria ser libertado na atmosfera é capturado e convertido.
• As emissões reais de poluentes provenientes de combustíveis limpos, como o gás natural, são mais fáceis de controlar: níveis muito baixos de emissões são garantidos com sistemas de pós-tratamento de gases simples e confiáveis.
• Os veículos a gás podem fornecer redução de ruído de até 50% em comparação aos veículos a diesel.
• A armazenagem de energia e as operações de reabastecimento são comparáveis às dos combustíveis convencionais: os camiões de GNL no mercado são capazes de garantir mais de 1.600 km de autonomia com características de binário e potência equivalentes às do diesel.