As áreas de armazenagem e transporte rodoviário de mercadorias tiveram um aumento de 90% de volume de negócios, entre os anos de 2014 e 2018. Esta é uma das conclusões apresentadas ontem pela APLOG – Associação Portuguesa de Logística e pela KPMG Portugal, na sequência de uma análise ao sector logístico português.
No último ano, a crise pandémica teve efeitos distintos, e muitas vezes contrários, no comportamento da procura nos diversos canais de vendas, nas lojas físicas vs. Comércio electrónico, e nas categorias de produtos comercializados. A pandemia fez também disparar a volatilidade e a imprevisibilidade da procura, o que obrigou as empresas do sector logístico a reconfigurarem as suas redes de distribuição, em colaboração com os fornecedores e a dotar o processo de compra com maior digitalização e maior omnicanalidade.
Outra das principais conclusões, na óptica da procura, está relacionada com a sustentabilidade, ou seja, aumentou a opção por meios de transporte menos poluentes, sendo este provavelmente, um dos maiores desafios do sector logístico, face ao investimento necessário.
Já na perspectiva da oferta, é de assinalar que o sector dos Operadores e dos Integradores Logísticos apresentou um crescimento assinalável, superior a 20%, no período de 2014 a 2018. De notar ainda que a empresas de serviços logísticos estão a transitar de um paradigma de “Serviço” para um paradigma mais completo e complexo de “Solução”.
Estas e outras conclusões estão presentes no estudo “A Logística em Portugal – Inovação, Tendências e Desafios do Futuro”, realizado pela APLOG – Associação Portuguesa de Logística e pela KPMG Portugal. Num contexto pandémico, no qual o sector tomou proporções e dimensões muito relevantes, este estudo pretende ser a referência no mercado onde a informação sobre o sector é escassa e desagregada.
Relativamente a este estudo Raul Magalhães, Presidente da Direcção da APLOG, referiu que: «Este estudo vem trazer-nos uma visão global, agregadora e objectiva, cuja riqueza de conteúdos garante potenciar o conhecimento e assegurar melhorias do longo da cadeia. Constituirá um instrumento fundamental para novos investimentos, permitindo (re) definir estratégias, (re) pensar processos e (re) formular competências no contexto dos desafios actuais e futuros.»
Fernando Mascarenhas, Partner de Advisory da KPMG Portugal, acrescentou que: «A Logística é cada vez mais a face visível (e, por vezes, a única face física) numa jornada de experiência de cliente. Esta constatação é verdade para muitas categorias e muitas empresas, e está apenas a ser acelerada num contexto de pandemia.»
Sobre esta temática Pedro Siza Vieira, Ministro de Estado, da Economia e da Transicção Digital, que marcou presença no lançamento deste estudo, referiu a importância das cadeias de abastecimento neste período de crise pandémica, nomeadamente no que diz respeito às exportações. Lembrou ainda as tendências que vieram para ficar, como a relocalização da produção e as novas tendências no consumo e distribuição, bem como a necessidade de uma logística «altamente» sofisticada.