O primeiro-ministro, António Costa, congratulou-se com o investimento espanhol numa fábrica de vacinas em Paredes de Coura, sublinhando que aquela unidade vai ajudar a combater a “enorme fragilidade” da Europa em termos de produção, avançou a Lusa.
De visita às obras de construção da fábrica do grupo farmacêutico espanhol Zendal, na segunda-feira passada, António Costa apontou aquele investimento como um exemplo para que Portugal olhe para a fronteira com Espanha “não como uma barreira, mas sim como uma oportunidade”.
“É muito importante que esta fábrica exista. Esta fábrica significa aumentar a capacidade na Península ibérica e na Europa de produção de vacinas. O conjunto da Europa tem uma capacidade limitada de produção de vacinas, isto é uma enorme fragilidade”, vincou.
Sublinhando que a fábrica foi pensada há três anos, muito antes da pandemia de covid-19, Costa lembrou que as vacinas “vão ser crescentemente importantes no futuro”.
“Muito provavelmente, vamos conseguir vencer a pandemia antes de esta fábrica estar concluída. Este investimento não foi pensado por causa da pandemia, está a ser feito para preparar o futuro”, enfatizou.
Disse ainda que a fábrica, além de vacinas, vai também criar empregos “altamente qualificados”.
Para o governante, a fábrica da Zendal em Paredes de Coura constitui “um grande exemplo” para olhar para a fronteira com Espanha não como uma barreira, mas como uma oportunidade.
Com sede em Porrino, na Galiza, a Zendal vai expandir-se para Paredes de Coura, no distrito de Viana do Castelo, com uma unidade que deve estar pronta até ao final do ano, num investimento de 15 milhões de euros que criará, na fase de arranque, 30 postos de trabalho.
Como frisou António Costa, este é um caso em que não há competição entre os dois lados da fronteira, mas sim cooperação, um exemplo que considera deve ser seguido.
Sublinhando que o interior é a parte do território nacional que está mais perto da fronteira com Espanha, Costa defendeu que é necessário “reinventar a geografia”, para que o interior deixe de ser “as traseiras de Portugal” e passe a assumir-se como “uma centralidade no mercado do ibérico”.
“O interior não pode ser as traseiras de Portugal, tem de ser uma centralidade no mercado do ibérico, porque assim deixamos de estar a falar para 10 milhões de portugueses e passamos a falar para 60 milhões de consumidores que é o total do mercado ibérico”, sublinhou.
Fonte: Lusa