Os portos do Continente registaram em 2020 um volume total de carga de 81,85 milhões de toneladas, uma quebra de -6% face ao ano anterior, que reflecte, em volume, -5,22 milhões de toneladas. As cargas que contribuem mais significativamente para este desempenho são o Carvão (que afectou quase integralmente o porto de Sines) e os Produtos Petrolíferos, cujo volume movimentado diminuiu globalmente -2,66 e -2,14 milhões de toneladas, correspondente a -83,1% e a -11,4%, respectivamente.
No entanto, também os Outros Granéis Sólidos, os Produtos Agrícolas e a Carga Fraccionada registam significativas variações negativos com quebras respectivas de -745,5 mil toneladas (principalmente em Leixões e Aveiro), -423,5 mt (maioritariamente em Aveiro e Lisboa) e -348,3 mt (com maior relevo em Setúbal e Aveiro).
Do lado positivo, e contribuindo para o abrandamento do comportamento global negativo, surgem a Carga Contentorizada (com uma quota de 38,9% – a mais elevada de sempre) e os Minérios (com uma quota de 1,5%) com acréscimos respectivos de +1,54 milhões de toneladas (maioritariamente em Sines e Lisboa) e de +132,8 mt (determinado pelo comportamento de Leixões e Setúbal).
O efeito conjugado do comportamento das cargas a nível dos portos determina variações positivas apenas em Sines, Faro e Figueira da Foz, registando acréscimos de +0,9%, +61,8% e +1,6%. Já Leixões e Lisboa apresentam um comportamento negativo, com quebras respectivas de -2,48 e -2,46 milhões de toneladas, sendo no primeiro o Petróleo Bruto o principal responsável por este comportamento e, no segundo, a Carga Contentorizada. Assinala-se o facto de Lisboa ter registado pela primeira vez (pelo menos desde o ano 2000) um volume de carga movimentada inferior a 10 milhões de toneladas.
O volume global de carga movimentada nos diversos portos em 2020 confere liderança ao porto de Sines com uma quota de 51,5%, superior em +3,5 pontos percentuais ao que detinha no final do ano de 2019, mas ainda a -3 pp do seu valor máximo, registado em 2016. Leixões ocupa a segunda posição (com 20,9%) de porto com maior volume de carga movimentada, seguindo-se Lisboa (11%), Setúbal (7,7%), Aveiro (5,9%) e Figueira da Foz (2,4%).