A Nestlé comprometeu-se a reduzir para metade as suas emissões até 2030 e a atingir a neutralidade carbónica até 2050, tendo já criado uma linha de investimento para os próximos cinco anos num total de CHF 3,2 mil milhões. Em causa está o risco que as alterações climáticas representam para o futuro da alimentação e o facto da produção e do consumo de alimentos serem uma das principais fontes de emissões de gases com efeito de estufa (GEE). Em Portugal a Nestlé tem já um caminho percorrido para este objetivo.
Este investimento será canalizado através da redução das emissões de GEE ao longo de toda a cadeia de produção da Nestlé, do campo ao prato, e através da implementação de projectos de captação de carbono, nos solos e com a plantação de árvores. Para esta transformação, que será operada também na Nestlé Portugal, «o fomento de práticas de agricultura regenerativa é o factor preponderante deste novo paradigma, uma vez que mais de 2/3 das emissões da Nestlé em Portugal têm origem nas matérias-primas agrícolas que compra para produzir os seus produtos», avança a empresa em comunicado.
Segundo Paolo Fagnoni, Diretor-geral da Nestlé Portugal: «Na Nestlé a metodologia de desenvolvimento de produtos aplica o princípio sustainable by design, o que significa que não basta que os produtos sejam saborosos, nutritivos e convenientes, mas devem igualmente refletir uma sólida preocupação com o ambiente em todo o seu ciclo de vida. É também desta forma que cumprimos o nosso propósito de desenvolver o poder da alimentação para melhorar a qualidade de vida de todos, hoje e para as gerações futuras.»
Aposta na agricultura regenerativa
Mais de 2/3 das emissões da Nestlé provêm da produção de matérias-primas agrícolas que utiliza e que são obtidas junto dos agricultores portugueses. Para combater as emissões provenientes da agricultura, a Nestlé Portugal, em conjunto com os seus fornecedores, «vai melhorar a forma como as matérias-primas são produzidas». O objectivo é substituir as prácticas agrícolas intensivas por agricultura regenerativa, também ela promotora de solos mais saudáveis.
Em Portugal, a empresa trabalha com agricultores no Alentejo, para produzir cereais com características específicas (baixos teores de pesticidas) para o fabrico, entre outros, de papas de cereais infantis. Esta ligação aos agricultores permite assegurar a qualidade do produto final e promove práticas agrícolas, desde a sementeira até à colheita, mais amigas do ambiente. «As especificações técnicas de matérias-primas são trabalhadas de perto com o agricultor desde o momento da compra da semente, passando pela sementeira e até à colheita. A este nível, o grande objectivo é obter 50% das suas principais matérias-primas através de práticas agrícolas mais sustentáveis até 2030», explica a empresa.
Também até 2025, 100% do cacau e do café que a Nestlé utiliza na sua fábrica do Porto será proveniente de fontes sustentáveis. Para isso está a colaborar com os agricultores para evitar a desflorestação e a lançar um ambicioso plano de reflorestação. A empresa está comprometida a plantar 20 milhões de árvores todos os anos até 2030. Em Portugal, foram já plantadas 1000 árvores e estão previstas mais 1000.
Incentivar o consumo de produtos mais sustentáveis
Junto dos consumidores, a Nestlé em Portugal quer incentivar os consumidores a escolherem produtos mais saudáveis e mais sustentáveis. Para isso, a empresa acelerou a oferta de alimentos e bebidas à base de plantas, como por exemplo, «o SENSATIONAL BURGER de Garden Gourmet que tem uma pegada de carbono 80% inferior à de um hambúrguer de carne de vaca e está classificado com “A” no esquema de informação nutricional Nutri-Score». Para além dos produtos de alimentação flexitariana, a Nestlé Portugal tem já, em algumas das suas categorias de consumo, outros produtos plant-based como os alimentos 100% vegetais para bebés, as bebidas vegetais achocolatas e os Lattes vegetais.
Algumas das principais marcas da Nestlé à venda em Portugal «atingirão em breve a neutralidade carbónica»: Garden Gourmet, Nespresso, S.Pellegrino, Perrier, Acqua Panna e Vittel até final de 2022. A avaliação da neutralidade carbónica para as marcas da Nestlé segue as normas internacionais estabelecidas para avaliar o impacto ambiental durante todo o ciclo de vida do produto.
Para a Nestlé Portugal reduzir as suas emissões em 50% até 2030 implicará também tornar as suas embalagens mais sustentáveis, o que significa utilizar materiais reciclados e desenvolver embalagens recicláveis e reutilizáveis. Estas soluções ajudarão a alcançar o objectivo estabelecido pela Nestlé de utilizar menos 1/3 de plástico virgem até 2025, o que será conseguido através de um investimento até 2 mil milhões de euros para acelerar a disponibilidade de plástico reciclado para uso alimentar. Em Portugal, mais de 90% de todas as embalagens são já recicláveis ou reutilizáveis.
A empresa diz ainda que no mercado nacional, 100% da electricidade comprada é de origem renovável certificada. Esta é a energia usada nas fábricas do Porto e de Avanca, no Centro de Distribuição em Avanca e na sede em Linda-a-Velha. Até 2025, em termos globais, a Nestlé assumiu o compromisso de utilizar electricidade 100% renovável em todas as suas instalações.